A cabine de um avião de combate é um espaço muito confinado, e para alguns pode até parecer claustrofóbico. Mas no contexto de um caça de última geração como o F-39 Gripen, o cockpit é um ambiente central e de alta complexidade devido a quantidade de elementos que concentra em um pequeno local, permitindo a realização de tarefas simultâneas em cenários operacionais de alto risco ou voando sob condições meteorológicas adversas. Esses elementos incluem tanto aqueles itens voltados para a manutenção da vida do piloto quanto os que vão proporcionar o voo e o gerenciamento dos sistemas táticos.
Em primeiro lugar, a cabine de um caça deve acomodar da maneira mais confortável possível, na limitação daquele espaço restrito, um piloto que poderá passar até longas horas sentado durante o cumprimento da sua missão. Dependendo das características daquele voo e das necessidades do seu operador, é possível que a decolagem ocorra ainda durante o dia e termine na madrugada seguinte, numa missão de grande duração que incluiu reabastecimento em voo.
O piloto vai afivelado ao assento ejetável que foi feito para retirá-lo do avião em menos de um segundo durante uma situação de emergência. O sistema de salvamento não reclina e, pelas dimensões do próprio cockpit do caça, é bem menos confortável comparado aos assentos de aeronaves comerciais.
Ainda voltado para o piloto, a cabine deve garantir a temperatura ideal em climas extremamente frios ou quentes e proteger todo o ambiente interno de agentes químicos, radiológicos, bacteriológicos e nucleares dependendo do local em que a aeronave está operando.
Depois de garantir os elementos vitais para o piloto, chega a vez da parte operacional do caça.
A depender do ambiente em que está inserido, é possível que o piloto tenha acesso a dezenas de informações do quadro tático ao seu redor, captadas pelos seus mais variados sistemas. A posição das forças amigas e inimigas chegam por meio do datalink, do radar, do sensor de busca de alvos por infravermelho (do inglês, Infra Red Search and Track, IRST), e até mesmo dos sensores de guerra eletrônica. Por meio do sistema de navegação, monitora o cumprimento preciso da rota estabelecida no planejamento da missão, enquanto pelos canais de comunicação segura, garante o contato permanente com as forças aliadas.
Somam-se às informações do quadro tático aquelas relativas ao voo como direção, altitude, velocidade, nível do combustível, temperatura do motor dentre outras essenciais para o funcionamento do caça.
No Gripen, todos esses dados são apresentados de forma clara e objetiva por meio de uma interface inteligente no instante em que o piloto deve recebê-los, uma vez que o excesso desses informes pode atrapalhar na tomada de decisões.
Os displays do F-39 Gripen
O Brasil, ao ingressar no programa de desenvolvimento do Gripen E/F ao lado da Suécia, requisitou o uso do Wide Area Display (WAD) no painel de instrumentos, um display panorâmico colorido, sensível ao toque e de grandes dimensões, medindo 48x20cm, e que apresenta as informações desejadas pelo piloto no momento em que ele solicitar.
Sendo um componente resistente a falhas, o Gripen é um dos primeiros caças do mundo a usar essa tecnologia e o seu desenvolvimento, assim como os outros dois principais displays do Gripen, o Head-Up Display (mostrador digital ao nível dos olhos, HUD) e o Helmet-Mounted Display, (visor montado no capacete, HMD), foram desenvolvidos pela empresa brasileira AEL Sistemas.
Com sede em Porto Alegre e integrando a cadeia global de fornecedores da Saab, a AEL Sistemas reuniu toda a sua experiência que resultou em aviônicos do estado da arte.
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Via: SAAB
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