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Há 30 anos, o C-17 fazia seu primeiro voo

No dia 15 de setembro de 1991, decolava da planta da McDonnell Douglas em Long Beach (Califórnia), o C-17 T-1, o protótipo do C-17 Globemaster III. Hoje em serviço com oito países, o C-17 é uma aeronave de capacidades únicas que as tornaram reconhecida no mundo todo, especialmente durante a evacuação do Afeganistão no mês passado. 

O C-17 é baseado no protótipo YC-15 da própria McDonnell para o projeto Advanced Medium STOL Transport (AMST) da USAF, que visava achar um substituto para o Lockheed C-130 Hércules. O AMST não foi pra frente, mas o YC-15 serviu de base para o Globemaster III, que venceu a competição C-X, e se tornou o sucessor do C-141 Starlifter. 

Protótipo do YC-15

Em 1997, a McDonnell-Douglas foi comprada pela Boeing, que assumiu os projetos da fabricante, incluindo o próprio C-17. A aeronave de transporte pesado carrega o legado de outros dois cargueiros que serviram à USAF, o C-74 Globemaster e o C-124 Globemaster II, ambos projetados e fabricados pela Douglas Aircraft Company. 

Além do nome de batismo, o C-17 também é chamado de Moose (alce), mas por uma razão um tanto “esquisita”. Enquanto é reabastecido em solo, o C-17 emite um som parecido com o de uma alce fêmea quando está no cio. Por isso, os militares que trabalham com a aeronave o apelidaram de alce, explica Darrell Lewis, historiador da 437ª Ala de Transporte Aéreo. 

Tanque M1A2 Abrams sendo descarregado de um C-17A. Foto: Exército Canadense.

Apesar de estar em serviço com a USAF desde 1993, o C-17 se fez muito presente na mídia em operações de ajuda humanitária, com a última delas ocorrendo durante a retirada americana do Afeganistão. Com a queda do país para as forças do Talibã, milhares de afegãos correram para o Aeroporto Internacional Hamid Karzai, em Cabul, último reduto dos militares norte-americanos na região. 

Como resultado, instaurou-se o caos no aeródromo, com cenas e relatos terríveis de civis se pendurando e caindo das aeronaves enquanto tentavam fugir a qualquer custo. Relatórios pós-voo dão conta de pedaços e restos mortais sendo encontrados alojados nos porões dos trens de pouso das aeronaves, com as tripulações sendo encaminhadas para acompanhamento médico logo em seguida. No dia 15 de agosto, o C-17 de callsign Reach 871 transportou o impressionante número de 823 refugiados, sendo 640 adultos e 183 crianças. 

Hoje, o C-17 serve às forças aéreas dos Estados Unidos, Reino Unido, Catar, Kuwait, Índia, Canadá, Austrália e Emirados Árabes. Além desses países, o modelo também é usado na Ala de Transporte Pesado da Capacidade de Transporte Aéreo Estratégico (SAC), uma iniciativa multinacional de países membros e parceiros da OTAN, aliança militar liderada pelos EUA.

Suécia, Finlândia, Estados Unidos, Romênia, Holanda, Noruega, Polônia, Lituânia, Eslovênia, Hungria, Bulgária e Estônia dividem a operação e manutenção de três aeronaves. Ao todo, foram produzidos 279 C-17s, com o último avião sendo entregue saindo da linha de produção em 2015. 

Especificações

  • 53 metros de comprimento 
  • 16,79 metros de altura 
  • 51,75 metros de envergadura 
  • Compartimento de carga: 26,82 metros de comprimento, 5,48 metros de largura, 3,76 metros de altura. 

Capacidade de carga 

  • 77,51 toneladas, 265,3 toneladas de peso máximo de decolagem
  • 102 soldados/paraquedistas, 18 pallets, 36 pacientes em macas + 54 pacientes ambulatoriais
  • Um M1A2 Abrams ou dois blindados de combate de infantaria M2 Bradley

Motores: quatro Pratt & Whitney F117-PW-100
Custo unitário: US$ 339,525,178.53

Fonte: USAF

Um C-17 e um C-5 Galaxy juntos.

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Artigos, Militar

Tags: Boeing, Boeing C-17 Globemaster III, usaexport, USAF