Um helicóptero MH-60 Seahawk da Marinha Real da Austrália (RAN) teve que fazer manobras evasivas para se defender de um caça da China que executou manobras perigosas. Segundo autoridades australianas, o incidente ocorreu no último sábado (04) durante uma missão da Organização das Nações Unidas no Mar Amarelo, perto da Coreia do Sul, sobre águas internacionais.
Desdobrado com o contratorpedeiro HMAS Hobart, o helicóptero Seahawk realizava um voo de rotina como parte da Operação Argos, aplicando sanções da ONU à Coreia do Norte. De acordo com o ministro da Defesa australiano, Richard Marles, o helicóptero foi interceptado por um caça J-10 da Força Aérea do Exército Popular Chinês
Durante a interceptação, o jato disparou flares a cerca de 300 metros à frente e 60 metros acima do helicóptero australiano, obrigando o piloto a realizar manobras evasivas para não ser atingido pelos chamarizes. Os flares são contramedidas usadas por diversas aeronaves para se defender de mísseis guiados por calor. Ao entrar em contato com o ar, queimam à altas temperaturas.
Apesar do momento tenso, ninguém se feriu e a aeronave concluiu a missão, retornando ao navio militar em segurança.
Marles enfatizou a gravidade do incidente, classificando-o como inaceitável, e exigiu uma explicação do governo chinês. Ele também reforçou a expectativa de interações profissionais e seguras entre forças da China e Austrália.
“A consequência de ser atingido pelos flares teria sido significativa”, disse o ministro. “É importante ressaltar que o helicóptero não foi afetado e toda a tripulação está segura. Este é um incidente muito sério. Não era seguro e é completamente inaceitável.”
O incidente envolvendo a tripulação australiana é mais um na enorme lista de manobras perigosas realizadas por caças da China durante intercepções. Governos dos Estados Unidos, Canadá, Japão, Coreia do Sul e da própria Austrália já reclamaram publicamente da conduta de aviadores chineses, que colocam em risco a vida de militares em missões coordenadas com as Nações Unidas, sobre águas internacionais, como o caso do MH-60 Seahawk da Austrália.
Em 2001, um caça J-8 chinês colidiu com um avião EP-3 da Marinha dos Estados Unidos, no que ficou conhecido como incidente de Hainan. O J-8 e seu piloto jamais foram encontrados, enquanto que o EP-3 fez um pouso de emergência na Ilha de Hainan. Seus 24 tripulantes foram presos e interrogados por militares da China. Posteriormente os norte-americanos foram liberados e retornaram ao seu país. O avião foi devolvido mais tarde, mas completamente desmontado.
Com informações de ABC News
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