Cientistas que buscam um avanço na luta contra a malária usaram drones para pulverizar campos de arroz em Zanzibar – não com pesticidas tradicionais, mas com um filme fino e não tóxico.

[Veja aqui vídeo do processo]

Os campos são criadouros típicos do mosquito anopheles – o tipo que transmite a malária, que, segundo as Nações Unidas, mata uma criança a cada minuto e causa 75% de todas as mortes com menos de cinco anos.

Noventa por cento de todos os casos ocorrem na África Subsaariana, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.

Os pesquisadores, liderados por Bart Knols, da Universidade Radboud, na Holanda, planejam amostrar as larvas e os mosquitos nos campos antes, durante e depois da pulverização com o líquido à base de silicone, Aquatain AMF, para testar seu impacto.

O Malawi usou drones para mapear locais de criação de mosquitos, mas os pesquisadores de Zanzibar dizem que impedir que pupas e larvas se prendam à superfície da água leva a luta contra a malária a um novo patamar.

“Ao controlá-los diretamente na fonte, esperamos ter um impacto final na transmissão da malária”, disse Knols.

Ele e outros pesquisadores escolheram o arquipélago de Zanzibar, na Tanzânia, para o piloto, em parte devido às leis progressistas sobre o uso de drones para pesquisas.

“É muito difícil caminhar pelos campos e aplicar os produtos químicos, então você quer ter algo que possa pulverizar sobre a superfície da água. Ele se espalha, faz o trabalho e é isso ”, disse Wolfgang Richard Mukabana, da Universidade de Nairobi, um dos pesquisadores.

Após o julgamento em Zanzibar, eles pretendem publicar suas descobertas em revistas especializadas, disseram eles, e esperam expandir a abordagem em todo o continente.

O líquido é fabricado pela empresa australiana Aquatain Products Pty Ltd, que afirma ser altamente permeável aos gases e não impede que a água seja oxigenada.

Via – Reuters