Uma piloto de A-10C Thunderbolt II da Força Aérea dos EUA (USAF) foi condecorada na última quarta-feira (05) por realizar um pouso de emergência depois que uma falha catastrófica no canhão do jato de ataque arrancou o canopy e diversos painéis do avião e ainda travou os trens de pouso.
No dia 07 de abril de 2020, a Capitão Taylor Bye do 75º Esquadrão de Caça (75th FS) da Base Aérea de Moody (estado americano da Geórgia), ao tentar disparar o canhão rotativo GAU-8/A Avenger em um treinamento no campo de tiro de Grand Bay, enfrentou uma falha que resultou no desprendimento da capota e diversos painéis da fuselagem do avião.
Mesmo com vários problemas, a piloto foi capaz de realizar um pouso de barriga, com danos mínimos à pista e à própria aeronave. Por suas ações bem-sucedidas no ano passado, ela foi condecorada na semana passada com o prêmio Air Combat Command Airmanship.
“Minha reação inicial foi subir para longe do solo e depois olhar para os meus motores. O mais incrível do A-10 é que, embora todas essas coisas tenham acontecido, eu tinha dois motores e sistemas hidráulicos funcionando perfeitamente”, diz a militar que também é chefe de padronização e avaliação na unidade de caça.
Naquele dia, Bye era a líder do voo acompanhada por seu ala, Maj. Jack Ingber. A USAF explica que todos os jatos de combate tripulados por apenas uma pessoa voam em pares de dois ou quatro para apoio mútuo.
“Eu diminuí a velocidade da aeronave e foi quando (Ingber) olhou para o meu jato”, disse a Capitão. “A confiança nesta comunidade e na Força Aérea em geral, mas especificamente neste esquadrão de caça, é enorme, porque estou totalmente contando com ele para me informar o que está acontecendo para que eu possa tomar as medidas adequadas e trazê-lo [o avião] de volta no solo com segurança.”
Durante esse tempo, Ingber seguiu o procedimento adequado para transmitir informações críticas para Bye.
“Quando você está naquele ambiente, se torna muito robótico”, disse Ingber, piloto do 75th FS e diretor assistente de operações. “Quando algo (incomum) acontece, é aparente e muito fácil de identificar e consertar. É meu trabalho principal pensar em tudo que (Bye) não está pensando porque ela tem um avião enorme que está se despedaçando.”
Além de fornecer informações, Ingber foi capaz de ajudar a avaliar a situação e tomar as medidas adequadas. Ele voltou acompanhando de perto o jato danificado de Bye, observando a aeronave e monitorando o espaço aéreo circundante.
“Nesse ponto, nosso diretor de operações havia decolado e ajudado a me acompanhar”, disse Bye. “Ele foi capaz de me acompanhar mais abaixo para que pudesse me ajudar ainda mais na minha aproximação.”
Com o vento soprando em seu rosto à 563 Km/h (350 milhas por hora), Bye teve que abaixar seu assento o que dificultou a visão da pista.
“Eu pensei, ‘onde está o chão, onde está o chão’ … eu estava prendendo a respiração naquele ponto,” disse a militar. “Acho que fiquei nervosa o tempo todo, mas não tive tempo para pensar em ficar nervosa. Meu trabalho era cuidar de mim e cuidar do jato.”
Mesmo com todos os problemas e adversidades, a Capitão conseguiu pousar o avião em segurança com o mínimo de danos à pista.
“O mais importante é prevenir a perda total do A-10 ou, pior ainda, de sua vida”, disse o tenente-coronel Stephen Joca, comandante do 75th FS. “Isso é o que a maioria de nós no solo, monitorando a situação, estava pensando, por causa da raridade de um evento como este e da extensão dos danos.”
Segundo Businnes Insider, um incidente muito semelhante ocorreu em 2017. Quando o Major Brett DeVries, piloto do 107º Esquadrão de Caça, tentou disparar o canhão gatling do jato, uma explosão arrancou o canopy, painéis e danificou o trem de pouso do avião de ataque.
Ele conseguiu pousar o A-10 de barriga com danos mínimos à infraestrutura da base ao jato, recebendo a Distinguished Flying Cross em 06 novembro de 2020, meses depois do incidente com a Capitão Bye.
Via DVIDS.
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