Além dos atrasos na certificação e primeira entrega do COMAC C919, outra indústria da aviação chinesa, a AVIC pode sofrer atrasos em seu projeto. A aeronave que tem futuro incerto é o M700, um projeto de turboélice para concorrer com a ATR.
O futuro desta aeronave foi colocado em cheque na última semana, após uma licença de exportação dos motores Pratt & Whitney Canada PW150C ser negada.
“A Pratt & Whitney Canada solicitou uma Licença de Exportação em julho de 2018”, disse Pratt & Whitney. “Esta licença foi recusada em 2020, onde a Global Affairs Canada negou à Pratt & Whitney Canada um pedido de licença de exportação que é necessário para enviar motores PW150C para AVIC XAC Commercial Aircraft como parte do programa de desenvolvimento MA700.”
A recusa de exportação do motor PW 150C para a China pode atrasar o programa de desenvolvimento do M700, que precisará receber adaptações para funcionar com outros motores. Por alto, a opção provável é do motor russo de nova geração TV7-117ST-01, utilizado no Ilyushin-114-300 da fabricante estatal russa UAC.
Contudo, a escolha de um motor russo pode enfraquecer o poder de revenda da aeronave de 86 assentos no mercado internacional, devido à rejeição por parte das companhias de aviões ou motores russos após diversos problemas no pós-venda e fornecimento de componentes.
Há outra opção, o motor chinês WJ-6 produzido pela Harbin Engine Factory, basicamente construído como uma cópia do Ivehcenko AI-20. Da mesma forma, o avião precisaria ser remodelado, e teria menor desempenho, visto que o PW150C despeja 5000 hp, enquanto o WJ-6 só é capaz de alcançar a potência de 4250 hp.
O grande problema do motor WJ-6 é o consumo, acima do esperado para o projeto, o que colocaria o M700 fora da competição direta com o ATR 72.
A meta da AVIC Xian é produzir um turboélice com a economia de combustível do ATR 72-600, a velocidade do Bombardier (agora Mitsubishi) Q400 e os comandos de modernos jatos, sendo o primeiro turboélice comercial desta categoria com sistema de voo fly-by-wire (FBW).
Por enquanto a AVIC acumula 185 encomendas para o M700, todas de companhias aéreas ou empresas de leasing da China. O projeto está atrasado, visto que o primeiro voo foi marcado para 2019, com certificação em 2021, contudo, o avião nunca passou do estágio de montagem final.