Essa semana a Pratt & Whitney enfrentou uma nova turbulência devido a um modelo de motor com problemas, levando a uma queda de até 11% nas ações da controladora RTX (RTX.N), ao dizer que mais de 1.000 motores PW1100G devem ser removidos de aviões da Airbus e verificados quanto a rachaduras microscópicas.

A RTX Corp disse que uma “condição rara” do metal em pó significa que 1.200 dos mais de 3.000 motores, construídos para o bimotor Airbus A320neo entre 2015 e 2021, devem ser retirados e inspecionados quanto a microfissuras que apontariam para fadiga.

Contaminantes microscópicos foram encontrados em um metal usado nos discos da turbina de alta pressão do motor- parte do núcleo do motor.

Dos 1.200 motores, 200 devem ser verificados até meados de setembro por conta do tempo de serviço. O restante precisará de inspeção durante o próximo ano.

Os motores atualmente em produção não foram afetados, disse a empresa aeroespacial, até recentemente conhecida como Raytheon Technologies. Pratt representou 30% das vendas de 2022 da RTX.

Companhias aéreas afetadas

Os principais clientes que receberam jatos A320neo afetados incluem Spirit Airlines Inc (SAVE.N), JetBlue Airways (JBLU.O) e Wizz Air (WIZZ.L), de acordo com dados da Cirium.

A Wizz Air, da Hungria, disse esperar que a capacidade do primeiro semestre diminua em uma porcentagem de “um dígito médio”. Mas a alta demanda pode resultar em tarifas mais altas, deixando a lucratividade intacta, afirmou.

A substituição dos discos requer a remoção do motor, desmontagem e remontagem – um processo que Hayes disse que pode levar 60 dias.

Os fabricantes de motores a jato enfrentaram anos de pressão para melhorar a eficiência de combustível e as emissões e estão se esforçando para atingir o zero líquido em 2035. “A questão da pólvora destaca a engenharia extrema desenvolvida em motores de próxima geração que veio com manutenção inesperada”, analistas da Benchmark escreveu.

A Pratt e, até certo ponto, outros fornecedores também enfrentaram problemas relacionados ao desgaste em climas quentes e empoeirados.

A companhia aérea indiana de baixo custo Go First, que mergulhou em uma crise financeira este ano, culpou os motores “defeituosos” da Pratt & Whitney pelo aterramento de cerca de metade de seus 54 Airbus A320neos. A Pratt disse que a disputa mascara os próprios problemas financeiros da Go.

Anunciando os ganhos trimestrais na terça-feira, a RTX aumentou sua expectativa de vendas para 2023 de US$ 72 bilhões para US$ 73 bilhões para US$ 73 bilhões para US$ 74 bilhões.

Com informações de Reuters