Sem se entender com o governo, Flybondi não retoma as operações

por Aeroflap

A companhia Low-cost da Argentina, Flybondi, está sem operar desde que foram proibidos os voos nacionais e internacionais no país. Entretanto, desde setembro, os voos tem sido retomados gradativamente tanto domésticos como internacionais, mas a Flybondi não realizou nenhum voo desde então.

O governo autorizou a retomada gradativa dos voos, entretanto, apenas um Aeroporto para operar como porta de entrada em Buenos Aires, o de Ezeiza.  Ainda há outros dois grandes Aeroportos que são El Palomar e Jorge Newbery, esses tiveram suspensão de operação em abril e ainda não foram retomadas.

A Flybondi tem como sua base o Aeroporto de El Palomar, que é o terceiro maior em movimento e demanda. Como forma de se precaver e tentar impulsionar os voos, o governo argentino negociou com as duas empresas de baixo custo que não tem Ezeiza como base principal.

A JetSmart aceitou as condições mais baixas do governo para operar em Ezeiza de forma temporaria porém a Flybondi não aceitou. Como parte estratégica da empresa, El Palomar se tornou um ponto estratégico para a companhia de baixo custo que opera voos desde 2017 na Argentina.

A companhia argentina entrou na justiça pedindo a liberação dos voos em El Palomar, porém foi negado o pedido. Com isso, a Flybondi iniciou uma ‘briga’ com o governo argentino com ameaças de demissões em massa segundo noticia os jornais argentinos.

Como parte disso, a Flybondi até publicou uma nota a imprensa com o titulo: “El Palomar ou Nada”.

Este não é o único problema que a empresa enfrenta sobre suas operações, a companhia possui apenas uma aeronave em sua frota. No começo de 2020, a Flybondi possuía 5 Boeings 737-800NG, um desses aviões está passando por um Check-C no México e deverá retornar em breve.

Devido ao recuo das receitas, suspensão de operações além dos custos com funcionários e ajustes para manter a frota, a companhia decidiu devolver três aviões. A devolução foi pensada pela empresa como forma de reduzir seus custos, já que passou vários meses sem gerar receitas.

O 737-800 restante está estocado nos EUA mas não se sabe se irá retornar ainda esse ano para a Flybondi. Em outubro, a companhia realizou um voo com ocupação de apenas 9% do total da aeronave. 

A aviação na Argentina passa por uma grande mudança, a LATAM Argentina deixou de operar definitivamente, o que deixará uma lacuna para JetSmart e Flybondi operarem. A maior companhia argentina, Aerolineas Argentinas, já iniciou a fusão com a Austral. Juntas, as duas empresas irão deter 80% de todo o mercado de aviação na Argentina.

A JetSmart e a Flybondi terão um longo caminho a percorrer para garantir a sua sobrevivência a longo prazo. A curto prazo, estima-se que o monopólio da Aerolineas permaneça até que as outras duas empresas tenham condições de retomar pelo menos metade de suas ofertas de voos antes da pandemia.   

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