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Winglets: por que alguns aviões possuem dobras nas pontas das asas?

Winglet boeing 737-800 GOL Aviões

Nas últimas décadas, toda a indústria da aviação se consolidou para tornar as operações de aviões mais eficientes, incluindo significativos avanços na redução dos custos operacionais para os operadores.

Neste sentido, ao avistar um avião ou durante uma viagem na janela você tenha se deparado com uma espécie de dobra na ponta de casa asa, mas afinal, para que serve este item presente em algumas aeronaves?

Ao contrário do que muitos imaginam ser uma peça para deixar as aeronaves esteticamente mais atraentes, o uso de winglets se tornou um importante aliado para as companhias aéreas na economia operacional.

Winglet Alaska Airlines Start Wars
Confundido como um adereço estético, a principal função do winglet é tornar a operação mais eficiente de um avião Foto: Alaska Airlines

Sabendo que para um avião se manter no ar é necessária uma diferença de pressão nas partes inferiores (intradorso) e superiores (extradorso) das asas, essas pontas denominadas winglets servem para equilibrar a diferença de pressão intradorso que é maior que o extradorso, fazendo com que o winglets compense a diferença de pressão quando o ar debaixo tenta passar para a parte superior da asa, gerando uma espécie de vórtice nas pontas das asas.

Winglet Aviões circulação ar asas
Imagem mostra a diferença da pressão nas partes inferiores e superiores das asas

Com uma maior resistência no ar durante o seu descolamento, também conhecido como arrasto induzido, este fenômeno faz com que a aeronave tenha que dar mais potência nos motores para manter ou voar de forma mais inclinada para manter a velocidade desejada, é nessa hora que o formato aerodinâmico dos winglets atuam para diminuir a diferenças pressões, e assim, uma menor resistência com o ar.

A depender do modelo de aeronave e do winglets instalado, é possível economizar uma quantidade significativa de até 5% em comparação com outras aeronaves sem o item instalado, rendendo uma economia também no consumo de galões de combustível a depender do tamanho da frota.

Com isso, algumas companhias aproveitam a instalação desses adereços para promover a marca da companhia ou até mesmo para destacar uma personalização especial de pintura, é o caso da Azul Linhas Aéreas que estampa nos Winglets (Sharklets) com os carismáticos personagens da Disney na sua frota mágica. 

No caso das aeronaves Airbus, o mesmo item é chamado de Sharklets por diferença de patentes e fabricantes distintos das peças aerodinâmicas. 

Winglet
Sharklet instalado em um Airbus A320Neo da Azul Foto: Gabriel Benevides/Aeroflap

 

Conheça os modelos dos Winglets já produzidos:

  • Mini-Winglets

Foto: Julian Whitelaw

Talvez seja esse o modelo de winglet mais raro de se ver na aviação mundial, faz parte do kit de modificação de abas da Quiet Wing Corp, que obteve a certificação FAA em 2005.

Os benefícios incluem:

  • Aumento da carga útil em até 2200 kg em aviões grandes que até então estavam sem winglets;
  • Economia de combustível de até 3%;
  • Desempenho de decolagem/aterrissagem aprimorados;
  • Comprimento reduzido do campo de decolagem / pouso;
  • Capacidade aprimorada de decolagem / aterrissagem em alta altitude;
  • Melhor desempenho do clima quente;
  • Velocidades de Stall reduzidas em 4 a 5 kts.

 

  • Winglet “Convencionais” Blended

GOL
Winglet do 737-800 da GOL

O primeiro winglet “convencional” foi equipado no Boeing 737-300 que voou pela primeira vez em novembro de 2002 e ganhou seu certificado de tipo suplementar (STC) da FAA em 30 de maio de 2003. Os 737 Clássicos equipados com winglets são certificados como Desempenho Especial.

Os winglets tem o potencial de oferecer os seguintes benefícios:

  • Razão de subida aprimorada, isso permitirá um RTOW(peso limite para decolagem) mais alto nos aeroportos com subida limitada (redução de quente, alto ou ruído) ou nas pistas com obstáculos limitados.
  • Empuxo de subida reduzido. Uma aeronave equipada com winglet pode tipicamente ter uma redução de 3% de empuxo sobre a aeronave equivalente sem winglet. Isso pode prolongar a vida útil do motor e reduzir os custos de manutenção.
  • Ambientalmente amigável. A redução, se tomada, reduzirá a pegada sonora em 6,5% e as emissões de NOx em 5%. Isso poderia gerar economia nas cotas ou multas de ruídos nos aeroportos.
  • Empuxo de cruzeiro reduzido. O fluxo de combustível de cruzeiro é reduzido em até 6%, proporcionando economia nos custos de combustível e aumento do alcance.
  • Melhor desempenho de cruzeiro. Os winglets podem permitir que as aeronaves atinjam níveis de voo mais altos mais cedo. A Air Berlin observa: “Anteriormente, escalávamos de 35.000 a 41.000 pés. Com o Blended Winglets, agora podemos subir direto para 41.000 pés, onde o congestionamento do tráfego é muito menor e podemos tirar proveito de rota diretas e atalhos que, de outra forma, não poderíamos considerar.”
  • Boa aparência. Os winglets trazem uma aparência moderna às aeronaves e melhoram a percepção dos clientes sobre a companhia aérea.

Cerca de 85% de todos os novos 737s da série NG são construídos com winglets, em especial as séries 800 e 900.

 

  • Split Scimitar Winglet

O novo conceito em winglet ganhou um nome maior e mais benefícios, esse novo tipo de winglet traz até 1% de economia em gastos com querosene de aviação. Ele permite a aeronave ter um maior volume de carga e aumenta também seu alcance de voo.

A palavra Split faz referência a dois pedaços ou duas partes, e a palavra Scimitar tem o significado de “cimitarra” que é uma espada árabe que se assemelha com este modelo de winglet. Serviu também como base para estudos e experimentos ao winglet usado atualmente na nova geração Boeing 737 MAX.

O primeiro a ser equipado foi um Boeing 737-800 da United Airlines que foram desenvolvidos pela Aviation Partners de Joe Clark, o Boeing decolou em seu primeiro voo de teste em 16 de julho de 2013.

“O Winglet Split Scimitar 737 da próxima geração fornecerá uma proteção natural contra o aumento dos preços dos combustíveis e, ao mesmo tempo, reduzirá as emissões de carbono”, diz Ron Baur, vice-presidente de frota da United Airlines na época. 

No Brasil somente a GOL opera aeronaves da família 737, alguns já possuem o Split Scimitar e operavam de preferência os voos para os EUA na ausência do 737 MAX.

 

  • Winglet AT MAX – Do 737 MAX

Boeing 737 MAX GOL Winglet Winglets Aviões Asas
Comparação da Winglet do 737 MAX (à frente) com o 737 NG

A Boeing desenvolveu e construiu em parceria com a GKN e Korean Air Aerospace Division e está instalando seus próprios winglets para a família 737 MAX. A “tecnologia avançada” combina winglets ancinho de tecnologia de ponta com um conceito winglet de foices duplas em um tratamento avançado para as asas do 737 MAX. Usando o que se chamam de Natural Fluxo Laminar Tecnologia’.

O Winglets AT medem cerca 8 pés (2,43m) da raiz ao topo do winglet e um total de 9 pés (cerca de 2,74m) e 7 polegadas (17,78cm) da parte inferior da ponta inferior ao topo da ponta superior. A porção superior é de 8 pés 3 polegadas e a parte inferior é de 4 pés 5,8 polegadas. A distância ao solo da ponta inferior é de 10 pés (3,04m) 2 polegadas.

 

Comparação da distribuição de sustentação ao longo da asa, sem winglet com dois tipos diferentes. Imagem: B737.org
Winglets Asas Aviões
Novas AT winglets que equipam o Boeing 737 MAX

Aviões executivos também ganham como o Gulfstream e o Bombardier Global e até em aeronaves maiores como o Boeing 757 e Boeing 767 receberam winglets, McDonnell Douglas MD-11 e agora o Boeing 777X vem com um novo conceito, no qual falaremos em outro artigo. 

Com informações: The Boeing 737 Technical Site

 

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Gabriel Benevides

Autor: Gabriel Benevides

Redator Apaixonado por aviões e fotografia, sempre estou em busca de curiosidades no universo da aviação. Contato: [email protected]

Categorias: Aeronaves, Notícias

Tags: Curiosidades, usaexport, Winglets