O anúncio da Etihad de que pretende começar a restaurar a sua rede de passageiros no início de maio, e a decisão inicial da Emirates de testar o coronavírus nos passageiros antes dos voos, mostram que as companhias aéreas do Golfo estão se preparando para o retorno das operações.

A Emirates e a Etihad suspenderam desde 25 de março os voos regulares de passageiros, assim como outros operadores dos Emirados Árabes Unidos, como Flydubai e Air Arabia, de acordo com a proibição nacional de viagens aéreas estrangeiras. 

As duas companhias, que mantiveram operações de carga durante esse período, já retomaram serviços limitados a um pequeno número de destinos em apoio a voos de repatriação. Ambas, desde então estenderam os voos atendidos.

Agora a Etihad esboçou planos, permitindo restrições de viagem, para retomar gradualmente os serviços de passageiros a partir do início de maio, com o objetivo de retornar a um cronograma mais completo “quando e quando a situação global melhorar”.

“Os desafios monumentais enfrentados por todas as companhias aéreas e nossos clientes foram além da medida”, diz Tony Douglas, CEO da Etihad Aviation Group. ”No entanto, continuamos cautelosamente otimistas e seguiremos em frente com nossos planos de retomar o voo normal, enquanto nos esforçamos para melhor servir e dar suporte a nossos clientes e funcionários.”

“Embora a intenção seja adotar uma abordagem ‘business as usual’ para o reinício de nossas operações, o cenário da aviação mudou, e é difícil prever como será a aparência mês a mês”, acrescenta ele.

Por outro lado, o Governo de Dubai rapidamente prometeu apoio financeiro à Emirates durante o período, descrevendo a posição de Dubai como um hub global de viagens como um dos “principais pilares” de sua economia.

O príncipe herdeiro de Dubai, Sheikh Hamdan bin Mohammed bin Rashid, no final de março disse que o governo está “comprometido em fornecer apoio total” à companhia aérea durante a crise.

Ele diz que, como parte desse apoio, “injetará novo capital” na companhia, afirmando o “grande valor estratégico” da companhia aérea para o emirado. Al Maktoum ainda não detalhou a extensão da assistência financeira a ser prestada, declarando apenas que isso será “anunciado mais tarde”.

Notavelmente, em um desenvolvimento destinado a superar possíveis problemas de saúde em viagens internacionais, a Emirates afirma ter sido a primeira companhia aérea a realizar exames de sangue em passageiros para avaliar se eles são afetados pelo coronavírus.

A companhia aérea diz que o exame de sangue “rápido”, realizado pela primeira vez antes de um voo para a Tunísia na zona de check-in do Terminal 3 em cooperação com a Dubai Health Authority, traz resultados dentro de 10 minutos.

O diretor de operações da Emirates, Adel Al Redha, diz que o programa de testes “inovador” correu “sem problemas”. A companhia aérea não indicou se algum passageiro testou positivo para coronavírus.

“Estamos trabalhando em planos para ampliar os recursos de teste no futuro e estendê-lo a outros voos”, diz Al Redha. “Isso nos permitirá realizar testes no local e fornecer confirmação imediata aos passageiros da Emirates que viajam para países que exigem certificados de teste Covid-19”.