Uma série de aeronaves de caça e treinamento da Marinha, Força Aérea e Fuzileiros Navais dos EUA foram, nesta semana, proibidos de voar por conta de um problema relacionado aos assentos ejetores. A falha foi descoberta pela fabricante, a britânica Martin-Baker, e poderia impedir a ejeção segura de um piloto em uma emergência.
Parte das frotas de caças F/A-18 Hornet e Super Hornet, EA-18 Growler- equipados com o Martin-Baker MK-14 -, F-35 Lightining II, F-5 Tiger II, T-38 Talon, T-6 Texan II e T-45 Goshawk foram completamente aterradas por tempo indeterminado. O problema também afetou jatos na Europa, como os Eurofighter Typhoon, Panavia Tornado e Hawk T.1 na Alemanha e Reino Unido.
Para o F-35, que usa os assentos US16, o problema atinge boa parte dos 113 aviões do Comando de Combate Aéreo (ACC) da Força Aérea (USAF). Até o momento, o número exato de aeronaves aterradas não foi revelado. “Outras unidades de F-35 da Força Aérea estão seguindo a iniciativa do Comando de Combate Aéreo”, disse uma porta-voz da USAF ao portal The War Zone.
Os problemas são relacionados aos dispositivos acionados por cartucho (CAD), em apenas um número específico de lotes. “Os CADs iniciam uma série de funções automáticas quando a tripulação puxa a alavanca de ejeção para sair da aeronave com segurança e acionar o paraquedas”, explica o Comando de Sistemas Aeronavais (NAVAIR).
“Depois de ser notificado do possível defeito pelo fornecedor, a equipe usou procedimentos de radiografia para escanear o inventário disponível para verificar se cada item foi fabricado corretamente antes de enviar para a frota para substituir os CADs existentes”, disse o NAVAIR.
“O CAD é inspecionado regularmente e substituído, se necessário, durante o período de manutenção da aeronave, mas pode ser afetado por condições ambientais e operacionais.”
No caso do F-35, os problemas com os CADs foram descobertos depois que a USAF conduziu a chamada “Diretiva Técnica de Conformidade de Tempo” em 19 de julho para “inspecionar todos os cartuchos nos assentos ejetáveis em 90 dias. Com muita cautela, as unidades do ACC executarão uma suspensão em 29 de julho para agilizar o processo de inspeção. Com base nos dados coletados nessas inspeções, o ACC decidirá retomar as operações”, disse Alexi Worley, porta-voz do ACC.
Posteriormente, Steve Roberts, chefe de desenvolvimento de negócios da Martin-Baker, disse em comunicado que a anomalia foi achada no dia 22 de abril durante uma inspeção na Base Aérea de Hill. “Isso foi rapidamente rastreado até uma lacuna no processo de fabricação que foi abordada e alterada. O Programa F-35 introduziu uma diretiva única para inspecionar este CAD em todos os assentos para retornar a aeronave F-35 ao voo.”
Worley não disse, inicialmente, se a falha também afeta caças F-35 desdobrados no exterior, como os que foram enviados para o Leste Europeu e os que são sediados no Reino Unido. Mais tarde a porta-voz disse que os aviões no exterior serão avaliados “caso a caso”.
Além dos F-35, cerca de 203 aeronaves T-6 e T-38 de treinamento da USAF podem estar com o mesmo problema. Em comunicado, a USAF diz que “Esse número representa aproximadamente 40% de nossa frota de T-38 e 15% de nossa frota de T-6 e inclui aeronaves em cada uma de nossas bases UPT [Treinamento de Pilotos de Graduação], bem como na Estação Aeronaval de Pensacola.”
Os aviões permanecerão em solo até que a manutenção tenha inspecionado todos os assentos para garantir a segurança de seus tripulantes.
Enquanto nos EUA os caças seguirão no chão pelo final de semana, na Europa o problema já foi resolvido. A equipe de demonstração da Força Aérea Real, os Red Arrows, teve que cancelar sua apresentação no último dia do Farnborough Air Show. A equipe, que opera os jatos Hawk T.1, voltou a voar dias depois, assim como os caças Typhoon e Tornado da RAF e Luftwaffe.
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