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Aeroporto do Galeão será devolvido ao Governo Federal

Aeroportos RIOgaleão

O Aeroporto do Galeão, localizado no Rio de Janeiro, será devolvido ao Governo Federal, após uma decisão da administradora Changi apresentada pelo Jornal O Globo nesta quinta-feira (10/02).

Com alta queda no tráfego de passageiros em comparação com o período pré-pandemia, a crise no Aeroporto do Galeão está aumentando desde o início da concessão, quando o terminal começou a sofrer concorrência do Santos Dumont e outros aeroportos. O terminal já causou um prejuízo de R$ 7,5 bilhões para a Changi desde o início da pandemia, em 2020.

Galeão

O Aeroporto do Galeão ficou em 5º lugar no país em 2019, ao movimentar 13,6 milhões de passageiros. Com a grande queda na demanda por voos internacionais, e um pouco menor para voos nacionais, o terminal fechou 2021 com 3,2 milhões de passageiros transportados.

Na comparação com 2019 essa foi a maior queda de tráfego, comparando os aeroportos de grande tamanho do país.

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A Changi fez uma reunião do Conselho de Administração em Cingapura, nesta quinta-feira, que decidiu por fim a administração do Galeão pela empresa. A empresa tem um contrato de concessão válido até 2039.

 

Moldes das relicitações de aeroportos

Com o retorno do Aeroporto do Galeão para o Governo Federal podemos esperar uma relicitação nos mesmos moldes dos Aeroportos de Viracopos (SP) e Natal (RN).

Neste caso, para evitar um alto preço de outorga anual e de pagamento de ágio, o Governo Federal alterou as regras e pede 75% do valor proposto para o terminal no leilão na assinatura do contrato de concessão.

Enquanto o processo de relicitação é realizado pelo governo, o terminal continua sendo administrado pela operadora atual, como nos Aeroportos de Viracopos (SP) e Natal (RN).

Os últimos editais dos leilões de aeroportos também incluem novos investimentos em expansão e melhorias das operações, conservadores em relação à projeção super otimista de crescimento do tráfego aéreo dos leilões realizados em 2012 e 2013. Normalmente, o governo impõe alterações na infraestrutura de acordo com a quantidade de passageiros atendida pelo terminal em um determinado período.

Aeroporto de Florianópolis
Novas licitações, realizadas após 2016, trouxeram terminais modernos para várias cidades com menor custo de investimento. Foto: Floripa Airport/Divulgação

Outra alteração é a extinção da participação de 49% da estatal Infraero nos leilões mais recentes. Nas concessões de 2012 e 2013 a estatal tem participação de 49% no negócio.

 

Histórico de operação do Aeroporto do Galeão e nota oficial

Em 2013 a Odebrecht ganhou o leilão do Aeroporto do Galeão com um ágio de R$ 19 bilhões, em um lança quase único 294% acima do preço mínimo do leilão. A Changi entrou com uma participação minoritária, mas ganhou a administração do terminal após a Odebrecht, na época em crise, repassar sua participação para a operadora de Cingapura.

O valor foi superior até mesmo ao apresentado em 2012 pela GRU Airport para a concessão do Aeroporto de Guarulhos, o maior do Brasil e porta de entrada para passageiros de voos internacionais.

Desde que assumiu em 2014, o RIOgaleão ampliou a capacidade do aeroporto e aprimorou sua operação. Com um investimento de R$ 2,6 bilhões, construiu um novo píer (extensão do Terminal 2) e proporcionou melhorias fundamentais ao serviço em tempo recorde para os Jogos Olímpicos Rio 2016.

Em nota a Changi disse que: “Brasil sofreu uma profunda recessão econômica de 2014 ao início de 2016, quando o PIB encolheu aproximadamente 3,5% a.a em dois anos consecutivos. Além disso, a queda na demanda global por commodities provocou um fraco crescimento econômico do país durante a fase de pós-recessão, período em que o tráfego total de passageiros no país caiu cerca de 7%. Já em 2020, quando o setor aéreo mal havia se recuperado ao nível de 2013, a pandemia de Covid-19 provocou uma queda de 90% do número de voos no Brasil e enfraqueceu ainda mais as condições de operação do aeroporto.

Em 2020 e 2021, o governo federal atuou de forma diligente no apoio ao setor de aviação civil. A recuperação, no entanto, foi lenta e o Covid-19 continuará afetando a indústria da aviação nos próximos anos.

O RIOgaleão continuará mantendo os padrões de segurança e qualidade na operação aeroportuária e honrará os compromissos e contratos com seus funcionários, credores, lojistas e fornecedores ao longo de todo o processo de relicitação.”

 

Com informações do Jornal O Globo.

 

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