Airbus: No futuro aeroportos podem produzir o próprio combustível dos aviões

Airbus Aeroporto Hidrogênio
Foto: Airbus

Os aeroportos estão na vanguarda da transição para operações climaticamente neutras em toda a cadeia de valor. O conceito de “Hydrogen Hub at Airports” (Hubs de Hidrogênio nos Aeroportos) da Airbus reúne os principais componentes do ecossistema aeroportuário para entender melhor as necessidades de recursos de hidrogênio para as aeronaves do futuro e desenvolver uma abordagem gradual para descarbonizar toda a infraestrutura associada a aeroportos utilizando hidrogênio.

Espera-se que o uso de hidrogênio para alimentar as aeronaves futuramente não apenas reduza significativamente as emissões no ar, mas também ajude a descarbonizar as atividades de transporte aéreo em solo.

A necessidade deste processo é clara. As atividades controladas por aeroportos representam cerca de 2-3% das emissões totais da indústria da aviação. Isso corresponde à aproximadamente 15-20 megatons de emissões de CO₂ por ano em todo o mundo.

Conceito da Airbus de avião propulsionado com combustível de hidrogênio.

Por esse motivo, os aeroportos estão começando a repensar como suas infraestruturas poderiam ser projetadas e operadas para reduzir sua pegada ambiental global. Uma opção promissora é construir um ecossistema aeroportuário exclusivo tendo hidrogênio no centro das operações.

Em 2020, a Airbus lançou o “Hydrogen Hub at Airports” para ajudar os aeroportos a refletirem sobre como fazer isso. O conceito pretende lançar pesquisas sobre requisitos de infraestrutura para futuras aeronaves a hidrogênio, bem como operações aeroportuárias com baixas emissões de carbono, em toda a cadeira de valor.

Várias autoridades aeroportuárias, companhias aéreas e fornecedores de energia já se comprometeram a participar.

 

Apresentação do conceito de “Hydrogen Hub” nos aeroportos

Os aeroportos são complexos ativos de infraestrutura que estão sujeitos a profundas interdependências entre vários sistemas, estruturas e partes interessadas.

Por exemplo, o transporte terrestre em aeroportos inclui não apenas o transporte de passageiros de e para aviões e ônibus, mas também veículos pesados ​​- como rebocadores de aeronaves e caminhões de carga – para a logística.

Tradicionalmente, esses veículos são movidos a combustíveis fósseis, que contribuem para as emissões totais dos aeroportos, neste sentido, o hidrogênio pode reduzir drasticamente as emissões do transporte terrestre nos aeroportos.

Além disso, aeroportos requerem grandes quantidades de energia para resfriamento e aquecimento, e essa pegada ambiental poderia ser atenuada com o uso do tal elemento químico.

 

“Os aeroportos desempenham um papel fundamental ao permitir a transição para um ecossistema de transporte aéreo neutro para o clima”, disse Lionel Cousseins, Diretor de Desenvolvimento de Mercado e Relações Aéreas da Airbus ZEROe. “O ‘Hydrogen Hub at Airports’ nos permite a colaboração com parceiros para definir as necessidades de hoje para que possamos preparar o caminho para a adoção do hidrogênio até 2035.”

A produção in-loco (e liquefação) também pode ser uma opção promissora para os aeroportos atenderem às suas necessidades individuais de energia. Essa solução eliminaria a necessidade de transporte entre instalações de produção de hidrogênio fora do local, reduzindo ainda mais as emissões.

Dessa forma, os aeroportos também poderiam se tornar futuros ecossistemas energéticos cujo núcleo seria a produção de hidrogênio líquido.

 

Parcerias transversais ao ecossistema do aeroporto

Até o momento, a Airbus ativou Memorandos de Entendimento (MoUs) com duas companhias aéreas clientes para avaliar as necessidades de infraestrutura de hidrogênio nos aeroportos.

Por exemplo, um MoU com a SAS Airlines está atualmente investigando os requisitos de infraestrutura do aeroporto para futuras aeronaves híbridas, elétricas e de hidrogênio. Um acordo de colaboração semelhante também foi assinado com a easyJet. Os resultados de ambos os estudos devem ser publicados ainda este ano.

As parcerias com companhias aéreas, no entanto, são apenas o começo.

Para que o hidrogênio desenvolva o seu potencial completo, todo o ecossistema do aeroporto – autoridades aeroportuárias, fornecedores de energia, órgãos reguladores – deve se unir para colaborar.

Para isso, a Airbus também firmou parceria com a ADP (aeroportos de Paris) e a Air Liquide visando um melhor entendimento das necessidades de infraestrutura de hidrogênio nos aeroportos Paris Charles-de-Gaulle (CDG) e Paris Orly (ORY).

“Na Airbus, nos consideramos facilitadores’’, explica Lionel. “Isso significa que queremos reunir todos os principais participantes na mesma mesa para garantir que tenhamos a infraestrutura necessária para colocar nossas aeronaves de emissão zero no mercado até 2035.”

A Airbus espera anunciar novas parcerias estratégicas com os principais membros do ecossistema da aviação em mercados ao redor do mundo ao longo de 2021.

 

 

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