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Apenas em outubro, 150 aviões chineses voaram pela ADIZ de Taiwan

F-16 H-6 taiwan China

Entre os dias 01 e 05 de outubro, um total de 150 aeronaves da Força Aérea do Exército de Libertação Popular da China (PLAAF) voaram na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) de Taiwan. O número foi obtido com base nas publicações do Ministério da Defesa Nacional de Taiwan no Twitter. 

No mês de setembro inteiro, 117 aeronaves chinesas voaram pela região. Os voos se concentram na porção sudoeste da zona de defesa aérea da Ilha, em águas internacionais, perto das Ilhas Pratas de Taiwan. Na manhã de hoje (05), uma aeronave de patrulha marítima Y-8 da PLAAF esteve na região, fechando o somatório de 150 aviões. 

O grande número de aeronaves chinesas voando na área em um curto espaço de tempo aumenta ainda mais as tensões na região. A China tenta impor sua soberania naquela área, especialmente em cima de Taiwan: a pequena ilha, vista como um país semiautônomo para a comunidade internacional, é considerado um território rebelde por Pequim. A China faz ameaças constantes ao Governo de Taiwan, deixando claro que pode invadir a ilha se esta declarar independência total do ‘Gigante Vermelho’. 

Desde 2020, as incursões de aeronaves chinesas na ADIZ taiwanesa tem aumentado cada vez mais, com um pico se apresentando em outubro, mês em que os dois países comemoram seus dias nacionais, a China no dia 01 e Taiwan no dia 04. E foi justamente no dia 04 que a PLAAF lançou sua maior incursão diária na zona de defesa aérea Taiwanesa: um total de 56 aeronaves estiveram presentes na área em menos de 24 horas. 

Segundo o Ministério da Defesa de Taiwan, 52 aviões na forma 34 caças Shenyang J-16 (versão chinesa do Sukhoi Su-30), dois caças Su-30, 12 bombardeiros Xian H-6 (baseado no Tu-16 soviético), dois Y-8 de patrulha antissubmarinos e dois KJ-500 de alerta antecipado e controle estiveram no sudoeste da ADIZ. No mesmo dia, à noite, outros quatro J-16 estiveram na mesma região, totalizando 56 aeronaves. 

O órgão também afirmou que enviou caças para interceptar e acompanhar os aviões chineses. Mísseis de defesa aérea também foram implantados para monitorar os ativos da PLAAF. No dia 03, quando 16 aviões da PLAAF voaram na ADIZ, o Departamento de Estado dos EUA emitiu um comunicado sobre a intensa atividade de aeronaves chinesas. 

“Os Estados Unidos estão muito preocupados com a atividade militar provocativa da República Popular da China perto de Taiwan, que é desestabilizadora, corre o risco de erros de cálculo e mina a paz e a estabilidade regionais. Instamos Pequim a cessar sua pressão militar, diplomática e econômica e coerção contra Taiwan.”

“Temos um interesse permanente na paz e estabilidade em todo o Estreito de Taiwan. Continuaremos a ajudar Taiwan a manter uma capacidade de autodefesa suficiente e manteremos nossos compromissos conforme descrito nos Três Comunicados, na Lei de Relações com Taiwan e nas Seis Garantias. O compromisso dos Estados Unidos com Taiwan é sólido como uma rocha e contribui para a manutenção da paz e da estabilidade em todo o Estreito de Taiwan e na região. Continuaremos com amigos e aliados para promover nossa prosperidade, segurança e valores compartilhados e aprofundar nossos laços com o Taiwan democrático.”

 

A movimentação de aeronaves chinesas também coincide com a presença de dois porta-aviões dos EUA e um da Inglaterra no Mar do Sul da China. Nos dias 02 e 03 de outubro, embarcações dos Estados Unidos, Reino unido, Canadá, Japão, Holanda e Nova Zelândia realizaram um exercício perto da Ilha de Okinawa. 

As grandes movimentações na região são vistas como uma demonstração de força, tanto por parte da China (que reivindica porções de controle no Pacífico), quanto por parte de Washington e seus aliados da região, que fazem constantes na navegações naqueles mares para impor seus direitos de liberdade de navegação em águas internacionais. 

Ainda no dia 01/10, o Ministério de Relações Exteriores de Taiwan criticou duramente as ações de Pequim, no Twitter. “É estranho que a República Popular da China não se incomoda mais em fingir desculpas.”

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias

Tags: China, Estados Unidos, Interceptação, J-16, Relações Internacionais, T, Taiwan, usaexport