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Conheça as operações especiais de um avião a jato na Antártida

Avião operação Gelo Antártida

Se as operações de um avião a jato de linha aérea nas condições convencionais requerem o cumprimento de procedimentos rigorosos para a realização segura das operações, a realização da mesma operação em uma área remota muda por completo a situação operacional, em especial na Antártida.

Com a segurança em primeiro lugar é um dos principais pilares da aviação, a ausência de pista de asfalto no ‘deserto de neve’ necessita que as operações ocorram de forma bastante peculiar, requerendo um planejamento especial para a operação em uma pista de gelo.

As operações são geralmente programadas para o verão, evitando o uso das pistas durante o inverno em decorrência da forte ventania e nevascas, incluindo a baixa visibilidade, tornando-se mais desafiador para o piloto.

Com a presença de diversas estações de pesquisa no continente gelado, o uso de embarcações que levam semanas ou meses tem dado lugar para o uso de aeronaves, tal movimentação serve para o transporte de funcionários, equipamentos, mantimentos e até mesmo para o envio de materiais de pesquisa.

Foto: Hi Fly

 

A pista de pousos de decolagens na Antártida requer um preparo especial para o uso e desuso 

Avião operação Gelo Antártida
Vista do piloto no momento do pouso em uma pista de gelo no Airbus A340-300 Foto: Hi Fly via YouTube

As pistas existentes na Antártida requerem um processo especial de corte a laser para o seu nivelamento. Além disso, ao contrário das pistas convencionais, quando uma pista está em desuso, uma camada de gelo é utilizada como uma espécie de capa protetora para evitar o surgimento de poços de água ou até mesmo rachaduras, evitando o comprometimento das operações futuras.

As pistas na Antártida passam por manutenções frequentes assim como nas pistas tradicionais Foto: Sven Lidström/Instituto Polar Norueguês

Caso surja a necessidade de reparos, uma mistura de água fria com lascas de gelo é preparada para o ‘recapeamento’, além do uso de tratores de limpeza para a retirada de camadas de gelo e neve adicionais que possam deixar o local escorregadio. A depender do horário da operação, um Indicador de Percurso de Aproximação de Precisão (PAPI) é colocado temporariamente momentos antes do pouso, incluindo a iluminação de pista.

Avião operação Gelo Antártida
Foto: Sven Lidström/Instituto Polar Norueguês

Curiosamente, a designação da pista ou rumo magnético (a famosa numeração) muda mais rapidamente na Antártida por conta da posição geográfica pela proximidade do polo sul, com isso, a pista se move alguns metros em questão de meses a depender da geleira onde a pista está localizada.

 

Decolagem autorizada rumo ao segundo menor dos continentes: Antártida

Nos últimos anos, icônicas aeronaves como o Boeing 767-300, Airbus A340, bem como o novíssimo 737 MAX realizaram operações especiais na Antártida, sendo que tais operações recentes foram realizadas de forma inédita.

Para tal feito, as companhias optaram por partir a partir da África do Sul via Cape Town, um dos aeroportos de grande porte mais próximos do continente, um detalhe: o voo tem a duração de pouco mais de 6 horas. 

Avião operação Gelo Antártida
Foto: Flightradar24

Além da preparação prévia da pista, uma operação no gelo também requer de forma antecipada (em semanas) a previsão meteorológica durante o período das operações. O clima seco favorece a realização das operações aéreas na região.

O fato de uma aeronave de grande porte operar em uma região extremamente remota não pode dar chance para falhas, e para isso, todos os funcionários de uma estação de pesquisa recebem um treinamento especial, onde os pesquisadores passam a realizar o manuseio dos equipamentos de solo de energia e ar condicionado (GPU), abastecimento, bem como o uso dos caminhões de apoio.

Avião operação Gelo Antártida
Foto: Smartwings via Twitter

Com todos os equipamentos necessários para o recebimento de uma aeronave a postos, o avião fica poucas horas em solo para evitar algum imprevisto, sem contar que para este tipo de operação, uma equipe de mecânicos está a bordo da aeronave para o apoio operacional. 

Com a pista preparada, seguimos agora a preparação do voo, onde as aeronaves de grande porte geralmente abastecem com a quantidade de combustível suficiente para o pouso e decolagem a partir da Antártida, sem a necessidade de um reabastecimento na maioria dos casos.

 

Além disso, caso necessite de reabastecimento em solo no continente gelado, algumas estações de pesquisa contam com um estoque limitado de combustível Jet A-1, porém, a aquisição se torna mais cara já que se trata de uma venda em menores quantidades (tambores de 200 litros), transportados em contêineres especiais, o que não é nada barato.

Avião operação Gelo Antártida
Foto: Sven Lidström/Icelandair

Dispensando o uso de um gate, o embarque em uma aeronave de grande porte dispensa o tratamento especial, similar ao embarque a partir da remota em um grande terminal de passageiros, simplicidade é primordial por se tratar de uma operação rápida. 

O pouso no gelo rende uma vista incrível e única Foto: Hi Fly

Por fim, se você um dia tiver a oportunidade de visitar a Antártida, não esqueça do seu passaporte, apesar de não ter problema o ingresso sem o mesmo, o documento poderá ser necessário caso você precise passar por outro país durante o retorno, sem contar que, ter um carimbo da visita no continente gelado é algo bastante desejado por quem visita o local.

 

Nos vídeos abaixo você poderá acompanhar os detalhes das operações na Antártida da  Icelandair, Smartwings e Hi fly, vale a pena conferir: 

 

 

 

Com informações: Flightradar24 Blog 

 

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Gabriel Benevides

Autor: Gabriel Benevides

Redator Apaixonado por aviões e fotografia, sempre estou em busca de curiosidades no universo da aviação. Contato: [email protected]

Categorias: Aeronaves, Aeroportos, Artigos, Notícias

Tags: Airbus A340-300, Antártida, Artigos, Boeing 737-MAX, Boeing 767-300, Hi Fly, Icelandair, Operação no gelo, Smartwings, usaexport