
O batizaram como “Dreamliner”, o avião dos sonhos. Cinco anos após sua primeira decolagem, no entanto – e apesar do sucesso comercial – o Boeing 787 continua sendo o pior pesadelo na história da aviação civil moderna. Um horror em alta altitude entre o gelo nos motores, incêndios no porão, asas e softwares defeituosos, transformou o principal modelo de Seattle em uma espécie de “Duna dos céus”, uma cópia voadora de um mitológico subcompacto Fiat 127, acrescentou o jornal italiano La Repubblica.
O projeto do 787 teve início no final do último milênio em Seattle com um objetivo muito mais ambicioso: criar a aeronave mais leve, tecnológica e eficiente do mundo. Um “jato de compostos” capaz de consumir 20% menos do que o seu antecessor (o Boeing 767), através do uso massivo de materiais compósitos e o abandono dos controles por cabos de aço, substituídos pelos eletrônicos. A finalidade comercial estava bem explicada: conquistar o mercado dos voos de longo curso – com um avião rápido, versátil e super-moderno, ultrapassando o Airbus que apontou todos os esforços ao A380.
Parecia o fim do pesadelo. Mas era apenas o começo… Depois de vários problemas no projeto do avião, a entrada em serviço da nova aeronave de Seattle só aconteceu em setembro de 2011, após vários “stop and go“, com a entrega da primeira aeronave a All Nippon Airways.
Resolvido o problema do fogo, agora apareceu a do gelo… Esse problema não poderia ter vindo em um momento pior. O 787, após intensos testes de certificação, parece ter decolado na comercialização global. As vendas arrancaram, 393 aeronaves foram entregues e 62 companhias já pediram outros 1139, convencidas de que o jato de compostos de Seattle funcione melhor do que o gigante A380, ou o envelhecido 767. A Airbus, não surpreendentemente, está reavaliando o futuro do seu gigante em uma eventual suspensão da produção. Provavelmente repensará. Pelo menos até quando irá continuar essa novela do pesadelo dos avião dos sonhos.
Fonte: La Repubblica
Tradução e adaptação – Aeroflap
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* Nota da Aeroflap – Em todo o nosso período de atividade podemos constatar diversos problemas e mini problemas do 787. Achamos válido a postagem desse artigo feito pelo jornal italiano La Repubblica, e traduzido na íntegra por Augusto Hardke. Para nossos leitores, recomendamos que utilize a caixa de pesquisa, digitando “787”, para ver outras notícias de problemas no 787, que veiculamos nos últimos 6 meses.