A Boeing estava ávida em testar novas tecnologias para os seus produtos na década de 70 e 80, podemos ver isso com aquilo que na época era moderno, o Boeing 757 e 767.
Apesar disso, a Boeing ainda não achava o substituto ideal do 727, o seu único trijato que na época estava no “fim de linha”. Então a empresa decidiu dar início ao projeto 7J7.
O Boeing 7J7 começou como a segunda tentativa de substituir o Boeing 727 em 1983. A Boeing havia construído o 757 anteriormente, mas as vendas eram fracas após a desregulamentação das companhias aéreas nos Estados Unidos.
As companhias aéreas descobriram que o aumento de frequências era mais popular entre os passageiros do que as aeronaves de maior capacidade (como o 757). Entre cidades como Nova York e Chicago, as companhias aéreas voavam com os menores Boeing 727 e 737 a cada hora.
O Boeing 737-200ADV transportava apenas 118 passageiros e o 757-200 mais de 200. Assim, o Boeing 7J7 foi concebido como uma aeronave incrivelmente eficiente em termos de combustível para operar essas rotas domésticas curtas e obteve grande interesse da Europa, Japão e Estados Unidos.
A aeronave foi revelada oficialmente ao mundo no tradicional Paris Air Show de 1985, com a Boeing recebendo pedidos em 1988 e entrada em serviço final em 1992.
O governo japonês tanto que assinou uma carta de entendimento para financiar e possuir 25% do projeto se a aeronave levasse os turbofans japoneses. A Boeing, no entanto, recuou neste acordo e optou pelo novo conceito UDF da General Electric. Alguns testes foram realizados até mesmo em um Boeing 727.
A escolha de um novo conceito de motor tão diferente com certeza atrasaria o projeto e certificação da aeronave, isso chocou os investidores japoneses que toparam financiar o projeto antes do lançamento oficial, pois as alterações foram apresentadas apenas durante uma conferência de imprensa da Boeing, realizada após a conversa com os investidores, e com um teor diferente.
Eventualmente, o Japão surgiria e se juntaria a vários outros parceiros e empresas privadas para financiar o projeto. O nome da aeronave foi alterado de 7-7 para o 7J7 para refletir a influência japonesa.
A SAS, a companhia aérea européia, se reuniu com a Boeing em 1986 para inspecionar o trabalho no projeto e aumentou a perspectiva de um pedido enorme. Eles queriam também ter uma opção para a configuração 2-2-2 a bordo da aeronave, que supostamente teria uma fuselagem bem diferente do 727.
A Boeing inicialmente ofereceu dois modelos diferentes do 7J7:
7J7-100 – 150 assentos
7J7-110 – 100-110 assentos
No entanto, em meados de 1986, quando o projeto já estava avançando, uma informação vazou, apontando que a Boeing iria oferecer a menor versão do 7J7 com motores UDF da GE, e a maior versão com motores turbofan.
Isso foi confirmado em 1987, quando a Boeing cancelou o menor 7J7 para expandir a fuselagem do Boeing 737 e, em seguida, substituiu os motores conceituais da GE por turbofans.
Essa confusão entorno do design do produto fez com que as companhias aéreas questionassem a confiabilidade, e se a Boeing conseguiria cumprir os prazos, e as especificações estabelecidas até então.
Em maio de 1987, a Boeing já tinha duas grandes companhias aéreas interessadas no produto. A British Airways queria que 35 aviões 7J7 substituíssem suas aeronaves 737-200, e a American Airlines queria 100 aeronaves de uma versão esticada do 7J7. A SAS ainda estava interessada em ser a companhia de lançamento.
A Boeing adiou a certificação para 1992 a 1993, alegando na época que eles não podiam decidir entre um modelo de 140 ou 170 assentos. Isso ocorreu devido à diferença de preferência entre a British Airways e a SAS (que desejavam a versão menor) e a American Airlines (que desejavam a versão maior).
Em 1988, a Boeing ‘pausou’ o desenvolvimento do Boeing 7J7, alegando que eles precisavam repensar o mercado. Curiosamente a Boeing fez o mesmo recentemente, com o projeto do NMA.
A decisão da Boeing, em 1988, foi ficar com o 737-400, um bimotor que poderia levar até 170 passageiros, e melhorar a atratividade o 757 no mercado. Com a 3ª geração do 737 progredindo dentro da Boeing, o projeto do 7J7 foi morto de vez em meados da década de 90.
Atualmente a Boeing já pensa em dois novos projetos, de futuras aeronaves.
Especificações:
- Capacidade : 110-166
- Comprimento : fuselagem de 38,1 metros
- Envergadura : 37 metros
- Altura : 11 metros
- Área da asa : 126,8 m²
- Peso vazio : 44.170 kg (97.380 lb)
- Peso máx. de decolagem : 72.000 kg (159.000 lb)
- Velocidade de cruzeiro : Mach 0,83
- Alcance : Até 7800 km
Quer receber nossas notícias em primeira mão? Clique Aqui e faça parte do nosso Grupo no Whatsapp ou Telegram.