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Boeing evita colocar prazo máximo para certificar o 737 MAX 7 e MAX 10

Boeing 737 MAX 10

Anteriormente publicamos que a Boeing estava se dedicando a um apertado prazo de certificação para as versões 737 MAX 7 e MAX 10. O motivo é a entrada em vigor, a partir  de 2023, de um novo padrão que modernizará o Sistema de Indicação de Motores e Alerta de Tripulação (EICAS).

O grande problema da Boeing é que somente a família 737/737 MAX não está equipada com esse sistema mais moderno, e se a certificação for realizada após 2023, a fabricante norte-americana precisará fazer modificações no EICAS, diferenciando essas versões do restante da família 737 MAX.

E em uma coletiva de imprensa em Everett antes do Farnborough Airshow, que acontecerá em julho, os executivos da Boeing afirmaram que a certificação do MAX 10 está progredindo, mas novamente a fabricante não quis estipular um prazo máximo para que o certificado seja emitido. Em março a FAA alertou a Boeing sobre o prazo e o cumprimento dos processos necessários.

No momento a FAA está trabalhando de uma forma diferente, estabelecendo prazos e controlando todo o processo de certificação do 737 MAX 7 e 10.

“Nós realmente precisamos concluir uma boa parte do trabalho de garantia de desenvolvimento. Está demorando mais para obter a aprovação de nossos documentos do que no passado“, disse o vice-presidente sênior da Boeing, Mike Fleming, para jornalistas.

“É indeterminado quando isso vai acontecer. Eu não acho que nenhum dos lados vai tentar apressar nada”, concluiu Fleming, que evitou colocar um prazo para a certificação dos aviões e afirmando que a Boeing ainda está na metade do processo.

De acordo com Fleming, no momento a fabricante aguarda uma aprovação da FAA para iniciar voos de testes controlados pela FAA que validem dados da Boeing, que foram obtidos na primeira fase, com os voos de testes da própria empresa.

“O 737 MAX 10 está mais ou menos na metade do processo”, disse Fleming, que como uma última opção aposta em uma extensão do Congresso para as certificações que estavam em andamento.

“Acreditamos que o Boeing 737 é seguro. Acreditamos que o alerta da tripulação é seguro”, disse Fleming afirmando que o MAX 10 está sendo certificado com três atualizações além das solicitadas pela FAA, aumentando a redundância dos sistemas.

Cogita-se que, com a certificação do 737 MAX 10, o aumento da produção de aviões da família 737 MAX e a retomada das entregas do 787, a Boeing consiga retomar aos lucros. O 737 MAX 10 é um dos maiores sucessos dessa família de aeronaves, com mais de 450 encomendas firmes.

 

Mais de 1000 aviões precisarão de uma grande atualização, em caso de mais atrasos

ANAC Boeing 737 MAX
Cockpit do 737 MAX 8. Foto – Boeing/Leo Dejillas

Com as aeronaves MAX 8 e 9 já em operação, realizar a atualização nessas aeronaves será bem trabalhoso para a fabricante que também precisa correr contra o tempo para resolver o mesmo impasse em relação ao MAX 10.

“Mesmo que possa ser adaptado para toda a frota MAX, isso significa que você terá um período de 5, 6 ou 10 anos em que ainda estará voando com uma frota mista. Isso vai ser um desafio de treinamento.” Disse Peter Morton, ex-executivo da Boeing.

Outra questão apontada está nos pilotos e mecânicos que operam e realizam manutenções no 737 MAX e depois vão para a série NG. Apesar do mesmo design, o cockpit é diferente nos dois aviões e os sistemas de alertas também poderia acabar confundindo pilotos e mecânicos com alertas diferentes segundo o argumento da Boeing.

Essas mudanças impactariam financeiramente a Boeing e as companhias aéreas que operam o modelo da geração atual do 737, pois seria necessário mais custos para treinamentos. 

Desde que o MAX 10 começou os testes de voo exatamente há um ano no sábado, esse comentário não vai encorajar ninguém a pensar que a Boeing pode cumprir o prazo de 20 de dezembro.

Caso contrário, a Boeing deve apostar em uma extensão do Congresso. Fleming apresentou os elementos do caso para isso.

 

Com informações de The Seattle Times.

 

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