Um par de bombardeiros Tupulev Tu-95 Bear das Forças Aeroespaciais da Rússia (VKS) foram interceptados por caças F-16 da Força Aérea dos EUA (USAF) na segunda-feira (17). Os jatos norte-americanos, no entanto, são parte de um grupo conhecido por usar pinturas russas.
Segundo comunicado do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD), dois Tu-95MS Bear-H foram detectados enquanto entravam na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) dos EUA no Alasca. O NORAD, acompanhou, identificou e interceptou os aviões russos.
Two U.S. Air Force F-16s intercepted two Russian Tu-95 Bear-H bombers entering the Alaskan Air Defense Identification Zone Oct 17. See press release for more details. #WeHaveTheWatch #HomelandDefense #AlwaysVigilant pic.twitter.com/9vY0scaQOi
— Alaskan NORAD Region and Alaskan Command (@ANRALCOM) October 18, 2022
Dois caças F-16 Fighting Falcon foram despachados para interceptar os “intrusos” que, segundo o Comando, permaneceram em espaço aéreo internacional, sem violar “o espaço aéreo soberano dos EUA ou Canadá.”
Em entrevista, o General Pat Ryder, porta-voz do Pentágono, disse que não existe “nenhuma indicação de que houve qualquer comportamento inseguro e não profissional”, durante o voo, complementando que os bombardeiros russos “não representam uma ameaça”, algo também enfatizado pelo NORAD.
Interessantemente, os dois F-16 usados para interceptar os aviões da VKS ostentam pinturas que buscam representar as mesmas usadas pelos russos. Os caças pertencem ao 18º Esquadrão Agressor, uma das várias unidades da USAF e Marinha dos EUA que tem por missão primária representar adversários de Washington (China e Rússia) em treinamentos de combate aéreo.
https://twitter.com/space_osint/status/1582631612482654208
Os membros dos esquadrões “agressores” (ou adversários como são chamados na Marinha) estudam e aplicam as táticas empregadas por esses países, buscando mais realismos nos treinamentos, algo que ocorre desde a década de 1970.
Mas a característica mais marcante são as pinturas. No caso dos Vipers do 18th AGRS, alguns ostentam pinturas do tipo ‘splinter’, vistas nos protótipos do caça multimissão Su-35 Flanker-E e do jato stealth Su-57 Felon.
Em circunstâncias normais, os bombardeiros russos teriam sido interceptados pelos F-22 Raptor do 302º Esquadrão de Caça, da base de Elmendorf Richardson. Todavia, esses aviões estão na Europa apoiando a OTAN na sua postura de defesa face à invasão da Ucrânia.
Dessa forma, os F-16 que normalmente são vistos com mísseis de treinamento foram carregados com armamentos reais, identificados pelas faixas coloridas.
Apesar das tensões vividas pela guerra na Europa, interceptações entre aviões da Rússia e OTAN são comuns, especialmente na região do Mar Báltico. No continente americano, ocorrem mais na região do Alasca. Incidentes do tipo foram registrados em janeiro, março e setembro pelo NORAD.
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