Ben Wallace, Ministro da Defesa do Reino Unido, revelou ontem (21) que um caça Sukhoi Su-27 Flanker, das Forças Aeroespaciais Russas (VKS), “soltou” um míssil enquanto interceptava um avião-espião RC-135W Rivet Joint da Força Aérea Real (RAF). 

O incidente, revelado por Wallace no Parlamento britânico, ocorreu em 29/09 durante uma missão de reconhecimento no Mar Negro. Estas operações são normais, incluindo as interceptações por parte dos russos, como resposta. Os voos, no entanto, tem se intensificado com a invasão da Rússia na Ucrânia, que completará oito meses na próxima segunda-feira. 

BREAKING NEWS: A missile was released from a Russian aircraft near an unarmed RAF plane on a routine patrol over the Black Sea, Defence Secretary Ben Wallace says.

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— Sky News (@SkyNews) October 20, 2022

Na ocasião, o Boeing RC-135W Rivet Joint de matrícula ZZ664, um jato especializado na coleta de dados pela interceptação de sinais (SIGINT), foi interceptado por um par de caças Su-27 russos. O ministro relata que em determinado momento do acompanhamento, um dos jatos russos ‘liberou’ um míssil perto do RC-135. Wallace usou a palavra “soltou”, o que dificulta saber se o míssil foi ejetado/caiu (jettison) do caça, ou disparado acidentalmente.

Também não se sabe que tipo de míssil foi lançado. O Su-27 normalmente é armado com mísseis R-73, de curto alcance e guiado por calor, e R-27, de médio alcance e orientado por radar ativo, semi-ativo ou calor dependendo da variante. 

A interação entre os aviões britânico e russos durou 90 minutos, com o RC-135 retornando à base em segurança, apesar do Ministério ter definido o evento como um “engajamento potencialmente perigoso”. 

The RAF Rivet Joint that was involved in the incident with an Su-27 firing a missile near the aircraft on September 29th was ZZ664 pic.twitter.com/LZ1oE7JIsR

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Wallace afirmou que comunicou o incidente à sua contraparte russa, Sergei Shoigu.“Na minha carta, deixei claro que a aeronave estava desarmada, em espaço aéreo internacional e seguindo uma rota de voo pré-notificada. Achei prudente suspender essas patrulhas até que uma resposta fosse recebida pelo Estado russo”.

Uma investigação por parte de Moscou apontou que uma falha técnica no caça causou lançamento do armamento. Wallace também enfatizou que a ação não aparentou ser uma “escalada deliberada”. 

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O incidente fez a RAF impor uma breve pausa nos voos de reconhecimento no Mar Negro. As missões retornaram, mas agora os RC-135 voam escoltados por caças Typhoon FGR.4. Curiosamente, o mesmo avião teria violado o espaço aéreo russo em outra ocasião, em agosto.

O RC-135W é uma aeronave dedicada à missões de vigilância e coleta de dados eletrônicos, equipada com uma série antenas pela fuselagem para a captação de múltiplos sinais. A RAF opera seus três RC-135W nos 51 e 54 Squadron, ambos com sede na Base Aérea de Waddington.