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China e Tailândia começam exercício militar neste domingo

JAS-39 Gripen Saab 340 AEW&C RTAF Tailândia

Ao mesmo tempo em que segue com dezenas de aviões voando diariamente perto de Taiwan, a China anunciou na sexta-feira (12) que vai conduzir exercícios militares com a Tailândia. Chamado de “Falcon Strike 2022”, o treinamento bilateral começa neste domingo. 

O exercício é realizado entre os dois países desde 2015. No entanto, esta é a primeira vez que a China levará seus caças-bombardeiros JH-7A Flying Leopard. A operação será sediada pela Força Aérea Real Tailandesa (RTAF) a partir da Base Aérea de Udon. 

O treinamento deve durar 10 dias e segundo especialistas chineses, reflete o aprofundamento das trocas militares e a confiança mútua entre o Exército de Libertação Popular da China (PLA) e a RTAF. O Ministério da Defesa da China aponta que o Falcon Strike 2022 será focado em apoio aéreo, assalto terrestre e operação de força. 

J-10 China
Caças chineses J-10 Vigorous Dragon. Foto: China Military

A Tailândia vai receber os chineses com cinco caças JAS-39 Gripen, três jatos de ataque AlphaJet e um turboélice de alerta antecipado Saab 340 AEW&C. A China, por outro lado, deve implantar seis caças J-10C/S, um JH-7 e um KJ-500 alerta e controle, bem como um destróier.

Esta será a quinta edição do Falcon Strike. A última operação foi realizada em 2019, mas as iterações seguintes foram canceladas por conta da pandemia de COVID-19. Em 2015, na primeira edição do exercício, o Gripen se manteve invicto por 4:0 contra os caças J-11 (versão chinesa do Su-27 Flanker) em cenário BVR. 

O destaque do Falcon Strike 2022 é a inédita participação do Xian JH-7. Trata-se de um caça-bombardeiro capaz de transportar até 9 toneladas de armamento e com um raio de combate de 1500 quilômetros. A presença do avião-radar KJ-500  permitiria à RTAF ver de perto o papel das aeronaves de controle e alerta antecipado da China e sua capacidade de encontrar alvos aéreos a longa distância. 

Xian JH-7 China
O caça-bombardeiro JH-7 Flying Leopard, presente na Força Aérea e Aviação Naval.

O especialista militar chinês Song Zhongping disse ao Global Times na sexta-feira que o próximo exercício é um dos poucos exercícios conjuntos de grande escala na história dos dois países, com assuntos de treinamento complexos e equipamento militar completo. 

Song disse que, no passado, houve mais exercícios de confronto entre a China e a Tailândia envolvendo principalmente a Força Aérea, em vez de exercícios integrados ar-terra. 

Como a Tailândia compra principalmente armas e equipamentos do Ocidente e adota métodos de treinamento ocidentais, os exercícios ajudariam a China a ter uma compreensão mais profunda do desempenho do equipamento e das táticas do armamento ocidental, disse Song. “É também um processo de aprendizado mútuo. A RTAF pode experimentar as mudanças da Força Aérea do PLA nos últimos anos de perto, e também fazer novas ideias e escolhas para suas futuras necessidades de desenvolvimento militar.”

Gripen RTAF Tailândia
Elephant Walk com caças JAS-39C/D da Força Aérea Real da Tailândia. Foto: RTAF/Divulgação.

No entanto, especialistas ressaltaram que o exercício anual deve ser encarado com normalidade, pois seu objetivo principal, o contraterrorismo, não deve ser ignorado, especialmente quando o terrorismo ainda está crescendo em todo o mundo, motivo pelo qual fortalece a cooperação militar entre a China e Tailândia. 

Apesar do contínuo cortejo e pressão dos EUA, os países da Associação de Nações do Sudeste Asiático, incluindo a Tailândia, não querem tomar partido entre Pequim e Washington, muito menos se tornar um peão dos EUA para conter a China, disse Song. “Eles preferem fortalecer os intercâmbios políticos e militares com mais países para garantir a maximização de seus próprios interesses.”

KJ-500 China
Shaanxi KJ-500, aeronave de alerta antecipado e controle (AEW&C) da Força Aérea Chinesa. Foto: Alert5 via Wikimedia (CC BY-SA 4.0)

Considerando que tanto a marinha quanto o exército da Tailândia compraram armas e equipamentos chineses, vale a pena observar se a RTAF fortalecerá ainda mais sua cooperação com a China após este exercício, disse Fu Qianshao, especialista em aviação militar chinesa. 

“A RTAF não comprou caças da China, mas até onde eu sei, eles ficaram muito impressionados com os caças J-10C/S da China durante o último exercício conjunto em 2019”, observou Fu. 

Com informações de Global Times 

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: China, exercício, Tailândia, usaexport