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Embraer declara que vai paralisar temporariamente desenvolvimento do E175-E2

Embraer E175-E2

O avião mais vendido da primeira geração dos E-Jets, o Embraer E175-E1, parece não sofrer do momentâneo insucesso na segunda versão da aeronave, mais moderna e econômica. Devido a esse ponto, a fabricante brasileira informou hoje (18) que está paralisando o desenvolvimento da aeronave E175-E2 por três anos.

A Embraer submeteu a paralisação do desenvolvimento ao seu conselho de administração, que aprovou interinamente a pausa até 2025. Agora a previsão do início de voos comerciais com a aeronave está programada para ocorrer entre 2027 e 2028.

Anteriormente a certificação e entrada em serviço estava prevista para 2024, depois da Embraer atrasar o desenvolvimento do E175-E2 durante a pandemia. O avião fez seu primeiro voo no final de 2019, com programação para estar certificado até 2021.

De acordo com publicações anteriores do Portal AEROFLAP, ainda está em negociação com os sindicatos de pilotos nos EUA uma alteração dos requisitos de incentivo à aviação regional. Como resultado, o E175-E2 não recebeu encomendas até o momento, apesar do programa E2 estar no mercado há 6 anos.

A Embraer reiterou essa posição em fato relevante ao mercado:

“A reprogramação das atividades está associada às contínuas discussões entre as principais companhias aéreas norte-americanas e seus respectivos sindicatos de pilotos a respeito do limite de peso máximo de decolagem das aeronaves com até 76 assentos, bem como às condições de mercado global da aviação comercial e ao contínuo interesse pelo atual jato E175 no mercado norte-americano”, disse a Embraer em fato relevante.

O E175-E2 é o mais novo e o menor dos jatos comerciais da família E2. A aeronave, que até o momento não recebeu encomendas, pode transportar até 90 passageiros em configuração de classe única.

Os E170 e E175 de primeira geração não excediam esse limite do incentivo de aviação regional dos EUA. Porém, o novo E175-E2 é equipado com motores Pratt & Whitney PW1700G, mais pesados e maiores em comparação com os CF34, o E175-E2 está até 12000 libras acima do peso máximo de decolagem permitido, de 39000 kg (86000 lbs).

Em comparação ao E175 de primeira geração, o E175-E2 possui uma fileira adicional de assentos, podendo ser configurado com 80 assentos em duas classes ou até 90 em classe única.

O avião promete consumir até 16% a menos em combustível e ter uma diminuição de 25% nos custos de manutenção por assento em comparação ao atual E175.

 

Concorrente também está com desenvolvimento paralisado

A única fabricante que ameaçava a Embraer neste mercado do E175-E2 foi a Mitsubishi. Ameaçava, pois a empresa japonesa paralisou o desenvolvimento do SpaceJet M90 e M100, aviões que concorriam com o E190-E2 e E175-E2, respectivamente.

Enquanto o projeto do M90 está temporariamente paralisado, e há protótipos prontos, a Mitsubishi “arquivou” o M100, e se desejar lançar esta aeronave, provavelmente o desenvolvimento da mesma será lento, abrindo espaço para o avião da Embraer.

Em 2020 a unidade de aviões e defesa da Mitsubishi teve um prejuízo de US$ 871 milhões, mesmo com a paralisação do projeto. Dois anos depois, em 2022, a Mitsubishi ainda não decidiu retomar o desenvolvimento da aeronave.

Mitsubishi

Com base no M90, a Mitsubishi “viu” que não seria fácil mudar as regras da aviação regional em pouco tempo e criou o M100, basicamente uma versão reduzida do M90. O novo SpaceJet M100 foi totalmente reformulado para se enquadrar nas regras de peso de aviões regionais, com um peso máximo de decolagem (MTOW) de 39000 kg, exatamente no limite das cláusulas de escopo entre as principais companhias aéreas e os sindicatos.

A aeronave deveria ser capaz de receber 76 passageiros em duas classes, como os atuais aviões CRJ e E-Jet utilizado pelas empresas dos Estados Unidos, porém a Mitsubishi reduziu a capacidade de carga da aeronave e realizou outras alterações. Já a Embraer optou por aumentar o tamanho do E175-E2 em comparação com a geração anterior, o E175-E1.

Apesar das alterações, as companhias aéreas dos Estados Unidos continuaram encomendando massivamente o Embraer E175-E1. Não há pedidos para o M100 no momento.

 

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Pedro Viana

Autor: Pedro Viana

Engenharia Aerospacial - Editor de foto e vídeo - Fotógrafo - Aeroflap

Categorias: Aeronaves, Empresas, Notícias

Tags: certificação, E175-E2, Embraer, Embraer E175-E2, Projeto, usaexport