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FAA e ICAO vão trabalhar para aprimorar pilotagem manual de pilotos

A Administração Federal de Aviação dos EUA está em contato com a ICAO para resolver um problema bastante controverso, relacionado à deficiências no treinamento de pilotos em todo o mundo, especificamente relacionada à pilotagem manual de aeronaves, após a falha de sistemas automáticos.

Os representantes da agência manifestarão suas preocupações sobre as deficiências do treinamento e um conceito relacionado chamado “dependência de automação” durante a 40ª assembléia da ICAO, que está ocorrendo nesta semana em Montreal.

A reunião começa enquanto a indústria da aviação continua lutando com questões de treinamento e automação de pilotos, algo que está sendo discutido há anos, mas se tornaram salientes após vários acidentes, incluindo, entre outros, acidentes recentes de dois aviões Boeing 737 MAX.

Esses acidentes em particular provocaram críticas a um sistema de controle de voo da Boeing, que contribuiu para os acidentes, mas também levantaram questões sobre a resposta dos pilotos quando os sistemas falham.

As preocupações da FAA se voltam para a teoria de que muitos pilotos perderam ou nunca alcançaram habilidades adequadas em modo de voo manual, porque passaram a confiar em sistemas automatizados cada vez mais complexos, projetados em grande parte para evitar erros do piloto, de acordo com um documento que descreve as recomendações da FAA.

A dependência tecnológica deixou alguns pilotos despreparados para emergências, afirma a FAA.

“Quando os sistemas de automação não funcionam como planejado ou não funcionam bem na situação operacional, pilotos sem suficiente experiência em controle de voo manual e treinamento adequado podem ficar relutantes ou podem não estar adequadamente qualificados para assumir o controle da aeronave”, diz o documento, disponível na ICAO.

“À medida que o uso da automação aumenta nos sistemas das aeronaves, é importante considerar como os padrões e orientações da ICAO devem evoluir, para garantir que os programas de treinamento de pilotos se alinhem aos avanços tecnológicos”, acrescenta.

Os principais pontos do artigo serão apresentados à comissão técnica da ICAO pela FAA e representantes do Canadá, Peru e Trinidad e Tobago, diz o documento.

A FAA não informou a data em que seus representantes apresentarão suas preocupações.

 

ERRO DE AUTOMAÇÃO E PILOTO

As preocupações da FAA cortam profundamente uma controvérsia sobre o treinamento de pilotos que gira em torno e dentro da indústria da aviação.

Os especialistas em segurança alertam há muito tempo sobre a diminuição das habilidades de voo manual, com alguns especialistas observando que muitos pilotos comerciais dependem de pilotos automáticos desde um momento após a decolagem até um momento antes do pouso.

Os investigadores disseram que um novo sistema de controle de voo, chamado de MCAS, teve um papel chave para essa investigação.

Mas os acidentes estimularam a discussão sobre se esses pilotos tinham treinamento suficiente para lidar com a emergência e se poderiam, com melhor treinamento, se recuperar de mergulhos realizados pelo MCAS.

Cockpit do 737 MAX 8. Foto – Boeing/Leo Dejillas

Os acidentes de 737 MAX também levantaram preocupações sobre um padrão de rápida obtenção de Piloto Comercial da ICAO. Essa licença não requer horas mínimas no cockpit de uma aeronave, mas os titulares devem ter 240 horas de tempo de simulador, misturando com horas no cockpit, além de uma preliminar licença de piloto particular (PP).

As quedas do 737 MAX são apenas os acidentes mais recentes para levantar questões sobre o treinamento dos pilotos e a automação das aeronaves. Outros acidentes incluem um em 2013, com o voo 214 da Asiana, que pouso sem sucesso em São Francisco, além do conhecido Voo 447 da Air France, em 2009.

 

Via – FlightGlobal

 

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Pedro Viana

Autor: Pedro Viana

Engenharia Aerospacial - Editor de foto e vídeo - Fotógrafo - Aeroflap

Categorias: Notícias, Outros

Tags: 737, 737-MAX, Boeing