Os 59 anos de serviço consolidaram o venerável C-130 Hércules como uma das mais importantes aeronaves militares da história do Brasil. Popularmente chamado de ‘Gordo’, o avião de carga que carregou o país nas costas (ou melhor, nas asas) encerrou sua vida operacional com a Força Aérea Brasileira na última sexta-feira (29). O valente quadrimotor dá ao lugar o moderno C-390 Millennium da Embraer.

O adeus ao C-130 ocorreu em cerimônia na Base Aérea do Galeão (RJ), onde era operado pelo Esquadrão Gordo (1º/1º Grupo de Transporte). A solenidade, presidida pelo Tenente-Brigadeiro do Ar Sergio Roberto de Almeida, contou com a presença de autoridades civis e militares, incluindo várias gerações de militares da FAB que trabalharam com o Hércules. 

Um dos pontos altos da cerimônia foi “a passagem de bastão” em voo, com diversas passagens do KC-130 FAB 2462 em formação com o KC-390 FAB 2457. Marcando o fim do ciclo, o Hércules deixou a ala do KC-390, desenvolvido para substituir o Gordo. 

Além da cerimônia, a Força Aérea produziu um documentário, contando a história do avião que realizou diversas missões importantes pelo Brasil e o mundo. 

“Essa celebração é importante tanto para os aviadores que tiveram a oportunidade de voar no C-130 quanto para o país. Nesses 59 anos, essa aeronave esteve aonde o Brasil precisava, em missões de paz, resgate de nacionais, em busca e salvamento, ajudando a combater incêndio, nas missões na Amazônia, fazendo papel de integração, de abastecimento de Defesa Aérea, entre outras diversas missões. Todos os pilotos que tiveram a oportunidade de voar no C-130 sentem muito orgulho guardado no coração de ter servido o Brasil através desse aeronave, fazendo grandes missões aéreas”, expressou o Major-Brigadeiro do Ar José Madureira Junior, que pilotou a aeronave.

Em serviço no Brasil desde 1964, o C-130 Hércules está entre os mais longevos projetos da Força Aérea Brasileira. No fogo, no gelo, no REVO ou na busca, o lendário C-130 marcou a presença da FAB em várias ações importantes.

O modelo foi protagonista nas buscas pelos destroços do voo Air France AF447 em 2009, em ressuprimentos da base Comandante da Ferraz na Antártida desde 1983, inúmeros reabastecimentos em voo e várias missões humanitárias. Durante a pandemia de Covid-19, o Hércules transportou quase 2 milhões de quilos de carga (insumos e materiais hospitalares diversos), 640 mil litros de oxigênio (O²) e mais de 20 Usinas de Oxigênio. 

Ao todo, a FAB recebeu 29 Hércules das versões C-130E e C-130H, todos operados pelos esquadrões Gordo, Cascavel, Coral e o 1º GTT (hoje chamado de Esquadrão Zeus). Parte da frota foi modernizada, mas desde 2018 a FAB já está no processo de aposentar os cargueiros.

Com informações da Força Aérea Brasileira