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FAB: Esquadrão Pampa completa 75 anos e apresenta caça F-5 com pintura comemorativa

F-5FM Pampa FAB Pintura

O 1º Esquadrão do 14º Grupo de Aviação, o Esquadrão Pampa, completou 75 anos de sua criação na quinta-feira (24). Para celebrar, a unidade da Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira apresentou uma aeronave F-5FM Tiger II com uma pintura especial na cauda. 

Militares da ativa e veteranos se reúnem com o 4810 no hangar do 14. Foto: Gabriel Centeno – Aeroflap.

A cerimônia militar de aniversário do esquadrão foi realizada em frente ao icônico Hangar Fichet, na Base Aérea de Canoas (RS), com a presença de múltiplas autoridades civis e militares, bem como ex-integrantes da unidade. 

Durante a solenidade, veteranos e atuais membros da unidade desfilaram juntos, cantando o hino do esquadrão. Um par de caças F-5EM Tiger II também realizaram uma série de passagens baixas ao longo do evento. 

Histórico do Esquadrão

O Esquadrão Pampa, ou apenas “Catorze” como é popularmente referido, tem suas origens no 3º Regimento de Aviação, organização da Aviação Militar do Exército Brasileiro. O 3º RAv foi criado em Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul e veio a ser transferido para Canoas em 1937. 

P-40 FAB Pampa
P-40N Warhawk. Foto: FAB.

Com a chegada da Segunda Guerra Mundial, as aviações Militar e Naval foram extintas e suas aeronaves foram repassadas à recém criada “Forças Aéreas Nacionais”, mais tarde renomeada como Força Aérea Brasileira. Desta forma, o 3º RAv foi dividido em duas novas unidades aéreas: o 3º Grupo de Caça e o 1º Grupo de Bombardeio Leve, equipados com os caças P-40 e o bimotor de ataque A-20, respectivamente. 

Dois anos após o conflito na Europa, a jovem FAB passa por uma grande reorganização, motivada pelos ensinamentos obtidos pela participação brasileira no combate. Assim, o Decreto nº 22.802, de 24 de março de 1947 extinguiu o 3º e 4º Grupo de Aviação de Caça, criando em seu lugar o 1º/14º Grupo de Aviação. 

Gloster Meteor preservado em frente à entrada da Base Aérea de Canoas.

Em 1954, a era a jato chegava em Canoas. Com a aposentadoria dos P-40 Warhawk, o Pampa recebeu os jatos britânicos Gloster Meteor, em suas versões F-8 e TF-7. No entanto, após 12 anos de operação, os Meteor foram aposentados de forma prematura por conta de fadiga estrutural. Os voos de ataque com o o caça britânico, desenvolvido para interceptação, cobraram o seu preço na forma de graves fissuras nas longarinas. 

Em fevereiro de 1967 o 14 recebia os seus primeiros Lockheed TF-33 de fabricação norte-americana. O modelo era uma versão de treinamento armada do F-80 Shooting Star, também operado pela FAB. Os TF-33 permaneceram em serviço até 1975, ano em que a BACO iniciou as reformas para o recebimento dos F-5E. 

TF-33 Shooting Star. Foto: SO Johnson Barros/FAB.

Em 26 de novembro de 1976, pousavam em Canoas os dois primeiros F-5E Tiger II do Pampa. Encerrava-se o silêncio da lacuna entre a saída do TF-33 e a chegada do Tigre, que trouxe consigo o voo supersônico aos “Romanos” do 14.

Sim, romanos. Um apelido que surgiu em meados de 1970, por conta das constantes manobras de treinamento realizadas pelo Pampa. Por “só pensarem em guerra”, os membros da unidade receberam o apelido de Romanos. 

Em 2000, a FAB deu início ao processo de modernização dos F-5 com o Projeto F-5BR, mais tarde renomeado F-5M. O upgrade realizado pela Embraer e Aeroeletrônica (atual AEL Sistemas, subsidiária da Elbit Systems de Israel) integrou uma série de novos itens ao F-5, transformando-o em um caça de 4ª geração. 

F-5EM Tiger II.

Em setembro de 2005 o Esquadrão Pampa recebeu o primeiro F-5 modernizado da FAB, o 4856. Ironicamente, este também foi o primeiro F-5E fabricado no mundo. O modelo segue operando pelo Pampa até os dias de hoje. O rugido dos turbojatos General Electric J85-GE-21 virou um símbolo do município de Canoas. Futuramente, o 14 – que poderá ser a última unidade a empregar o F-5 na Força Aérea Brasileira – receberá os novos F-39E/F Gripen. 

Pintura comemorativa

Como parte das celebrações dos 75 anos, o Esquadrão Pampa pintou um de seus F-5FM biplace com um esquema comemorativo. A pintura foi desenvolvida pelo Major Brigadeiro Sergio Barros de Oliveira junto dos pesquisadores Leandro Casella e Rudnei Dias da Cunha. O 3º Sargento Fábio Lucimar Silva dos Santos pintou o “Fox Mike”, com auxílio do 1º Sargento Alessandro João Rodrigues. 

Foto: Capitão Sergio de Souza Junior.

Do lado esquerdo, o emblema do esquadrão é acompanhado das silhuetas das aeronaves voadas pela unidade: P-40, Meteor, TF-33 e F-5. Do lado direito, um tigre rugindo marca os 45 anos de operação do F-5E/F pela unidade, marco atingido em 2021, mesmo ano em que o 14 atingiu 150.000 horas de voo de caça. 

A aeronave escolhida para receber a pintura foi o FAB 4810, o último F-5 modernizado entregue à Aeronáutica. O 4810 é oriundo do 3º lote de F-5 adquirido pelo Brasil, composto de aeronaves usadas da Força Aérea Real Jordaniana. 

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: Esquadrão Pampa, F-5, fab, Pintura Especial, usaexport