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FAB vai reativar Esquadrão Pacau com novos caças F-39 Gripen

Em serviço com a FAB, Saab Gripen superou o Dassault Rafale da França no Projeto FX-2. Foto: Sargento Müller Marin/FAB.

Uma das mais tradicionais unidades da Força Aérea Brasileira (FAB) pode estar ressurgindo das cinzas. O Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) iniciou estudos para a reativação do Esquadrão Pacau (1º/4º GAv) para se tornar a segunda unidade a operar o Saab F-39 Gripen. 

Segundo a portaria 10/6SC2 do EMAER, publicada no dia 05/03, a força aérea inicia estudos para a volta do Pacau a partir de um grupo de trabalho para elaborar o núcleo do esquadrão na Base Aérea de Anápolis (BAAN). Informações não oficiais indicam que o 1º/4º GAv será responsável pela doutrina de emprego ar-solo do Gripen. 

Boletim do EMAER, direcionando a criação do Grupo de Trabalho para reativação do Esquadrão Pacau.
Boletim do EMAER, direcionando a criação do Grupo de Trabalho para reativação do Esquadrão Pacau.

Um breve histórico do Pacau 

Quando foi desativado em dezembro de 2021, o Pacau operava com os caças F-5EM Tiger II a partir da Base Aérea de Manaus desde 2010. Os aviões foram repassados aos esquadrões das bases de Canoas (Pampa) e Santa Cruz (Jambock e Pif-Paf). Há pouco mais de três anos que não se vê nos macacões dos pilotos a bolacha com o buldogue Tetéu e a inscrição “Tô lhe manjando!”, marca registrada do esquadrão. 

O Pacau foi ativado em 29 de julho de 1947, na Base Aérea de Fortaleza, não como um esquadrão de caça mas sim para missões de bombardeio e ataque, equipado com o North American B-25 Mitchell e o Lockheed A-28 Hudson.

Em 1956 o esquadrão transfere seus B-25 para o 2º/5º GAv, recebendo em troca os P-47 Thunderbolt e tornando-se uma unidade de caça. Foi nesse movimento que o 1º/4º recebeu o código de chamada Pacau e também criou a tradicional bolacha com o Tetéu. Ao mesmo tempo que operava os P-47, no mesmo ano o Pacau recebia seus primeiros jatos, os T-33 Thunderbird; dois anos mais tarde chegavam os F-80 Shooting Star.

A partir de 1973 o esquadrão passou a operar o AT-26 Xavante. Foi com este jato monomotor de origem italiana e fabricado sob licença pela Embraer que o 1º/4º GAv se consolidou como “Sorbonne da Caça”, apelido que define a missão que cumpriu durante a maior parte dos seus 74 anos: formar novos pilotos e líderes da Aviação de Caça, que no futuro de suas carreiras voariam os caças de 1ª linha, Northrop F-5E Tiger II, Dassault Mirage III (designado F-103 pela FAB) e AMX A-1.

Caças F-5EM Tiger II foram os últimos aviões operados pelo Esquadrão Pacau a partir da Base Aérea de Manaus entre 2010 e 2021. Foto: Rafael N. Dinelli.
Caças F-5EM Tiger II foram os últimos aviões operados pelo Esquadrão Pacau a partir da Base Aérea de Manaus entre 2010 e 2021. Foto: Rafael N. Dinelli.

Em 2002 o Pacau deixa a base de Fortaleza e assume posto na Base Aérea de Natal ao lado do 2º/5º, que já se preparava para receber os A-29 Super Tucano, aeronave operada por aquela unidade até hoje. Oito anos depois a FAB aposentava o lendário Xavante, com o Pacau sendo a última unidade a voar o AT-26 operacionalmente. 

A baixa do Xavante fez o Pacau mudar de missão e endereço uma última vez, trocando Natal por Manaus e recebendo o F-5 modernizado para defender a Amazônia. Durante onze anos os Tigres carregaram os naipes de cartas que representavam as esquadrilhas do 1º/4º GAv. 

Tal qual uma fênix, o Pacau pode estar ressurgindo para agora voar o Gripen, um vetor ainda mais capaz e moderno, destinado a substituir os veteranos F-5 e A-1 no futuro próximo. 

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: Esquadrão pacau, fab, Gripen