“Eu sabia que vocês viriam!”, disse o Tenente Velly, um dos cinco sobreviventes dos 26 passageiros do C-47 FAB 2468 que caiu na Amazônia em 15 de junho de 1967. No dia 26 de junho, tripulantes de um SA-16 Albatroz do Esquadrão Pelicano avistou os destroços do 2068. Até hoje, a busca pelo 2068 em 1967 foi a maior operação de busca e salvamento realizada pela FAB. Hoje, 26 de junho, a instituição comemora o Dia da Aviação de Busca e Salvamento.
Os esquadrões que compõe esse grupo da FAB – Pelicano, PARA-SAR, Pantera, Falcão, Harpia, Puma, Gordo, Orungan, Phoenix e Netuno – tem por missão a localização e salvamento de pessoas em terra ou mar, a qualquer hora, sob qualquer tempo. Para isso, a FAB emprega aeronaves H-36, H-60L, SC-105, C-130, P-3AM e P-95BM para buscar, apoiar e resgatar vítimas em necessidade.
Em uma página dedicada à esta Aviação, a FAB explica como funciona o acionamento de emergência em caso de queda de aeronave. Confira.
“Tudo começa com o Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico (SISSAR), que tem a missão de localizar e socorrer ocupantes de aeronaves e embarcações em situações de perigo. Esse sistema tem um órgão central, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), que normatiza, coordena e controla as ações de Busca e Salvamento.
Sob a gerência do DECEA trabalham em estado de alerta, 24h por dia, durante todo o ano, mais cinco órgãos regionais, conhecidos como SALVAERO (Atlântico, Brasília, Curitiba, Manaus e Recife), que estão distribuídos estrategicamente em diferentes pontos do território nacional, subordinados aos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA), que executam atividades de controle do tráfego aéreo classe geral e militar, a vigilância do espaço aéreo e comando das ações de defesa aérea no Brasil.
Outros órgãos também trabalham em conjunto com o SALVAERO, como: Marinha do Brasil, Exército Brasileiro, Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e outras organizações públicas, privadas e não governamentais.
O acionamento acontece quando um aparelho eletrônico chamado Baliza Eletrônica (ELT – Emergency Locator Trasmitter), que existe na maioria das aeronaves, dispara automaticamente pelo impacto da queda ou manualmente pelo piloto. A baliza eletrônica transmite um sinal detectável por satélites e por aeronaves que estão próximas.
Os satélites captam esses sinais e eles são transmitidos a estações terrestres (antenas localizadas em Brasília, Recife e Manaus). Logo após identificar a baliza, o Centro de Controle de Missão (CCM), em Brasília, envia esses dados ao SALVAERO da região para iniciar os procedimentos de busca.
Um alerta de uma baliza demora dois minutos entre o seu acionamento e a detecção por uma estação rastreadora. Caso a baliza tenha GPS, a sua localização será enviada junto com a mensagem de alerta transmitida pela baliza. Caso não tenha, terá sua posição calculada utilizando os dados de detecção fornecidos por um ou mais satélites.
No caso de desaparecimento de uma aeronave, quando não há comunicação entre o órgão de controle e o piloto, o CINDACTA informa ao SALVAERO e este inicia os procedimentos de busca. Caso o SALVAERO, após averiguar todas as informações necessárias, não consiga confirmar a situação de segurança da aeronave, ele irá acionar os Esquadrões de Busca e Salvamento da FAB.”
Além de ações em resgate em casos de acidente, as unidades de busca e salvamento também estão preparadas para atuar na Busca e Resgate em Combate (CSAR). Esse tipo de operação é uma das especialidades do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento, o famoso PARA-SAR, sediado na Ala 5, em Campo Grande (MS). Caso um piloto seja abatido durante uma guerra, a unidade está apta para conduzir as missões de recuperação do aviador derrubado.
O PARA-SAR opera em conjunto com o Esquadrão Pelicano (2º/10º GAv), a unidade aérea da FAB especialmente dedicada à busca salvamento, que também como sede a capital sul-mato-grossense.
A unidade opera os helicópteros H-60L Black Hawk e as aeronaves SC-105 Amazonas e Amazonas-SAR, este último dotado de instrumentos e sensores para a localização de destroços e pessoas, como radar multimodo Elta EL/M-2022A(V)3 e a torre FLIR (Forward Looking Infra-Red) Star Safire. São três C-105 Amazonas-SAR em serviço na, sendo dois com capacidade Reabastecimento em Voo.
A FAB também realiza o resgate de tripulantes de embarcações operando na costa brasileira, presta suporte em desastres naturais e missões de evacuação aeromédica.