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Governo dos EUA aprova venda de centenas de mísseis AMRAAM para a Arábia Saudita

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O Departamento de Estado dos Estados Unidos aprovou a venda de 280 mísseis ar-ar AIM-120 AMRAAM para o Reino da Arábia Saudita. Segundo o comunicado publicado na sexta-feira (04), o negócio é estimado em US$ 650 milhões.

Antes da negociação ser concretizada, ela ainda deve ser aprovada pelos membros do Congresso. Os mísseis são das variantes C-7/C-8, as mais avançadas disponíveis para exportação no momento. Guiados por radar ativo, os AMRAAM (acrônimo para Advanced Medium Range Air-to-Air Missiles) serão usados nos caças Eurofighter Typhoon, F-15 Eagle, Strike Eagle e F-15SA. 

O contrato também prevê o fornecimento de 596 trilhos de lançamento LAU-128, peças sobressalentes e serviços de suporte, afirma a Agência de Cooperação em Defesa e Segurança. A venda proposta melhorará a capacidade da Arábia Saudita de enfrentar as ameaças atuais e futuras, aumentando seus estoques de mísseis de médio alcance para sua frota de aviões de caça para a defesa nacional.”

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Um F-15SA com 12 mísseis AIM-120 AMRAAM durante testes nos EUA em 2018. Foto: Christopher McGreevy via The War Zone.

A Arábia Saudita tem usado os AMRAAM principalmente na sua campanha contra os drones suicidas dos Rebeldes Houthi. Em março deste ano, um vídeo publicado nas redes sociais mostra um desses drones sendo abatido por um AMRAAM disparado de um F-15. 

No Twitter, o Departamento de Estado reforçou que houve um aumento dos ataques em 2020. A instituição afirma que os mísseis “têm sido fundamentais na interceptação desses ataques que também ameaçam as forças dos EUA e mais de 70.000 cidadãos americanos no Reino.” Em março, um drone Houthi danificou um A320 civil em um ataque no Aeroporto Internacional de Abha, no sul do país. 

Mesmo importantes, os AMRAAM são mísseis caros. O portal The War Zone aponta que um AIM-120C é avaliado em US$ 1 milhão, um preço bastante superior aos drones que estão cada vez mais baratos. O valor também não leva em conta os custos para manutenção de aeronaves e armazenamento seguro e controlado do míssil. 

Como os drones também possuem uma baixa assinatura de calor, o AIM-9 Sidewinder, que é muito mais barato, não pode ser usado contra a aeronave não-tripulada. O uso do canhão também pode ser descartado por conta do pequeno tamanho e baixa velocidade do alvo. Falando ao The War Zone, um piloto de F-15 afirma que o abate com o canhão “é possível, mas é muitas vezes mais difícil”.

“Aparentemente, os drones têm assinatura de radar suficiente para permitir uma aquisição antes de atingir o alcance mínimo do AMRAAM, o que explicaria a escolha do míssil pelos pilotos sauditas”, afirmou outro piloto ao portal.

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F-15C disparando um míssil AIM-120 AMRAAM. Foto: Tech. Sgt. John Hoffmann/USAF.

O movimento Houthi do Iêmen lança regularmente drones e mísseis contra a Arábia Saudita, muitos dos quais Riade afirma interceptar. Alguns já haviam atingido o Aeroporto Internacional de Abha, que fica a cerca de 120 km da fronteira com o Iêmen.

Mesmo com a existência de outros meios mais baratos, o emprego de mísseis e caças de alta performance acaba sendo mais adequado para os sauditas por conta da extensão territorial do país. Até que se ache uma outra maneira, a Força Aérea Real da Arábia Saudita permanecerá realizando esse tipo de operação diariamente. 

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias

Tags: AIM-120, Arábia Saudita, Drones, Estados Unidos, F-15, Mísseis, T, usaexport