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Hi Fly volta a utilizar o Airbus A340 em voos para a Antártida

A Hi Fly voltou a operar voos fretados para a Antártida, utilizando o Airbus A340 para cumprir este tipo de operação nos últimos dias. No dia 1º de novembro o avião de matrícula 9H-TQZ decolou da Cidade do Cabo, e levou cerca de cinco horas até pousar na Wolf’s Fang Runway (WFR), em Queen Maud Land, Antártica.

O avião transportava uma mistura de cargas, cientistas e turistas para o continente gelado. Outros voos também devem ser operados nesta temporada de verão, seja para reabastecer bases na Antártida ou fazer o rodízio de pesquisadores.

A Wolf’s Fang Runway tem cerca de 2500 metros de comprimento e 60 metros de largura, e uma das poucas do continente que consegue receber voos de aviões de grande porte. O mesmo local recebeu em 2021, também com um avião da Hi Fly, o primeiro pouso de um A340 no continente, suportando até 275 toneladas no pavimento de gelo.

Com a segurança em primeiro lugar é um dos principais pilares da aviação, a ausência de pista de asfalto no ‘deserto de neve’ necessita que as operações ocorram de forma bastante peculiar, requerendo um planejamento especial para a operação em uma pista de gelo.

As operações são geralmente programadas para o verão, evitando o uso das pistas durante o inverno em decorrência da forte ventania e nevascas, incluindo a baixa visibilidade, tornando-se mais desafiador para o piloto.

 

A pista de pousos de decolagens na Antártida requer um preparo especial para o uso e desuso 

Avião operação Gelo Antártida
Vista do piloto no momento do pouso em uma pista de gelo no Airbus A340-300 Foto: Hi Fly via YouTube

As pistas existentes na Antártida requerem um processo especial de corte a laser para o seu nivelamento. Além disso, ao contrário das pistas convencionais, quando uma pista está em desuso, uma camada de gelo é utilizada como uma espécie de capa protetora para evitar o surgimento de poços de água ou até mesmo rachaduras, evitando o comprometimento das operações futuras.

As pistas na Antártida passam por manutenções frequentes assim como nas pistas tradicionais Foto: Sven Lidström/Instituto Polar Norueguês

Caso surja a necessidade de reparos, uma mistura de água fria com lascas de gelo é preparada para o ‘recapeamento’, além do uso de tratores de limpeza para a retirada de camadas de gelo e neve adicionais que possam deixar o local escorregadio. A depender do horário da operação, um Indicador de Percurso de Aproximação de Precisão (PAPI) é colocado temporariamente momentos antes do pouso, incluindo a iluminação de pista.

Avião operação Gelo Antártida
Foto: Sven Lidström/Instituto Polar Norueguês

Curiosamente, a designação da pista ou rumo magnético (a famosa numeração) muda mais rapidamente na Antártida por conta da posição geográfica pela proximidade do polo sul, com isso, a pista se move alguns metros em questão de meses a depender da geleira onde a pista está localizada.

Nos últimos anos, icônicas aeronaves como o Boeing 767-300, Airbus A340, bem como o novíssimo 737 MAX realizaram operações especiais na Antártida, sendo que tais operações recentes foram realizadas de forma inédita.

Para tal feito, as companhias optaram por partir a partir da África do Sul via Cape Town, um dos aeroportos de grande porte mais próximos do continente, um detalhe: o voo tem a duração de pouco mais de 6 horas. 

Avião operação Gelo Antártida
Foto: Flightradar24

Além da preparação prévia da pista, uma operação no gelo também requer de forma antecipada (em semanas) a previsão meteorológica durante o período das operações. O clima seco favorece a realização das operações aéreas na região.

 

 

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