A Lufthansa vai precisar cancelar mais de 800 voos programados para amanhã (02), em razão da greve de seus pilotos. As principais bases operacionais da empresa no Aeroporto de Frankfurt e Munique terão quase todos os voos cancelados, tanto de passageiros como de cargas.

A companhia aérea alemã se junta à Iberia e SAS com empresas que enfrentaram greves de pilotos e tripulantes de voo durante o verão europeu. Recentemente a própria Lufthansa enfrentou uma greve mas foram de equipes de solo.

Segundo a empresa alemã, a maioria de seus voos programados para amanhã não serão operados, afetando aproximadamente 130 mil passageiros. A Lufthansa estima que a greve continue até pelo menos o fim de semana.

Após dois dias de negociações, o sindicato dos pilotos decidiu prosseguir com a greve diante das tratativas não resolvidas com a companhia aérea. A Lufthansa terá dificuldades para remarcar todos os passageiros afetados, levando em consideração que os bilhetes haviam sido emitidos há bastante tempo.

O sindicato busca uma melhoria salarial para os pilotos da empresa estatal alemã, mas que até o momento não recebeu uma oferta aceitável e as partes estão distantes de um acordo.

“[Lufthansa] aproveitou a data da negociação de ontem, mas não aproveitou para avançar nas demandas do sindicato com uma oferta melhor… Para evitar conflitos trabalhistas, a Lufthansa deve apresentar uma oferta significativamente melhor… para a perda de salários reais, o que precisamos agora acima de tudo é uma solução à prova de futuro para a estrutura de remuneração em todos os grupos profissionais”, disse Matthias Baier, porta-voz do sindicato.

Em resposta, o diretor de recurso humanos da Lufthansa Michael Niggemann, diz não entender o apelo por uma greve por parte do sindicato.

“A administração fez uma oferta muito boa e socialmente equilibrada – apesar dos encargos contínuos da crise do Covid e das perspectivas incertas para a economia global. Essa escalada ocorre às custas de muitos milhares de clientes”, disse o diretor.

Segundo a empresa aérea, foi oferecido um aumento básico de salário no valor de 900 euros, o que significa que os copilotos recebem salário básico de 18% e os comandantes mais antigos 5% em cima dos valores. 

A Lufthansa justificou a cautela em negociar salários maiores em razão ainda dos impactos da Covid-19 no caixa da empresa. Caso seguisse o pedido do sindicato seus custos com a folha salarial aumentariam 40% nos próximos dois anos, resultando em valores de 900 milhões de euros.

Com informações da Simple Flying