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Manutenção inadequada pode ser a principal causa de um incidente com o Embraer 190

Investigadores em Mianmar acreditam que a manutenção inadequada significou que uma falha intermitente no trem de pouso do nariz do Embraer 190, não foi corrigida antes que a aeronave pousasse em Mandalay sem as rodas dianteiras.

O avião da Myanmar National Airlines (XY-AGQ) sofreu danos substanciais na parte de baixo da fuselagem dianteira, nas portas do trem de pouso dianteiro, na escotilha de acesso a aviônicas e outros sistemas durante o pouso na pista 17 de Mandalay, quando chegou a Yangon em 12 de maio do ano passado. Nenhum dos 89 ocupantes ficou ferido.

Acidente Myanmar E190
Foto: Autoridade de Aviação de Mianmar

A análise das informações do gravador de dados de voo mostrou que os sensores de peso fora das rodas no trem de pouso e no trem de pouso principal haviam se registrado corretamente como “atuante” quando o jato decolou de Yangon.

Mas logo após o comando de recolher o trem de pouso, o sinal do interruptor da roda do nariz voltou a indicar “erro”.

Isso indica que o amortecedor da engrenagem do trem de pouso foi compactado durante o recolhimento do trem de pouso, o suficiente para desengatar uma camada autocentrante que normalmente impede que as rodas do nariz girem no compartimento de engrenagens.

O Departamento de Investigação de Acidentes de Aeronaves de Mianmar diz que trem de pouso deslizou de sua posição central e girou cerca de 20°, permanecendo desta forma durante todo o voo.

O inquérito aponta que, se a roda do nariz girar mais de 8° no compartimento, ela não terá folga suficiente para emergir do compartimento durante a extensão do trem de pouso.

Como resultado, a roda do nariz ficou “fisicamente presa” quando a tripulação tentou abaixar o trem de pouso ao se aproximar de Mandalay.

A análise das informações do gravador de dados de voo revelou que, em 23 voos anteriores, o sinal do interruptor de peso fora das rodas havia mudado da mesma forma de ‘verdadeiro’ para ‘falso’ à medida que a engrenagem do trem de pouso dianteiro se retraía.

“Enquanto todos esses voos foram operados sem intercorrências, o risco de o pneu do trem de pouso dianteiro girar além do limite e ficar preso no poço da roda estava presente”, diz o inquérito.

A mensagem de falha apareceu em 8 de maio, quatro dias antes do acidente, enquanto o avião operava na mesma rota Yangon-Mandalay. A aeronave retornou a Yangon e, após a manutenção nos sensores do trem de pouso diranteiro, foi novamente colocada em serviço.

Porém, em outro voo, de Yangon a Sittwe, em 11 de maio, a tripulação sentiu que o trem de pouso estava “tremendo” durante o recolhimento após a decolagem, e mais uma manutenção foi realizada durante a noite. O acidente ocorreu no primeiro voo subsequente ao trabalho.

Danos em Mianmar E190
Foto: Autoridade de Aviação de Mianmar

Os investigadores acreditam que o trabalho de isolamento de falhas de manutenção “não foi realizado adequadamente” e que “um trabalho inadequado” foi realizado durante a manutenção da engrenagem do trem de pouso do nariz.

“Este evento destaca a importância da equipe de manutenção seguir as orientações de manutenção e solução de problemas do fabricante da aeronave”, diz o inquérito. “Isso permitirá que os defeitos sejam corrigidos o mais rápido possível, para eliminar possíveis consequências na segurança de voo”.

Neste caso, os mecânicos deveriam ter substituído o componente, ao contrário do que foi realizado, tentando arrumar medidas paliativas para sanar o erro.

 

 

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