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Milícia iraquiana pode ter enviado lançadores de foguetes ASTROS II brasileiros para a Rússia

Astros 2020 Exército Brasileiro

Milícias do Iraque apoiadas pelo governo do Irã teriam enviado para Rússia uma série de mísseis antitanque, RPGs e até mesmo lançadores de foguetes ASTROS II de origem brasileira. 

Segundo informações obtidas pelo jornal britânico The Guardiano Irã enviou uma bateria de mísseis antiaéreos S-300, bem como seu próprio análogo, o Bavar-373, disse uma fonte que ajudou a organizar a transferência dos mísseis. 

Bavar 373 Irã
Radar de aquisição do sistema Bavar-373. Foto: www.defanews.ir

Já a milícia iraquiana Hashd al-Shaabi, uma organização guarda-chuva do Exército Iraquiano, teria transferido mísseis antitanque e Granadas Propelidas por Foguete (RPG) para o Irã no dia 26 de março através da fronteira de Salamja, sendo recebidos por militares iranianos, afirmou um comandante da milícia que controla a fronteira.

No dia 1º de abril a Hashd al-Shaabi desmontou e enviou para o Irã dois lançadores de foguetes (MLRS) ASTROS II fabricados no Brasil pela Avibras, segundo uma fonte da organização. O governo de Saddam Hussein adquiriu 66 lançadores ASTROS II na década de 1980. O Iraque também produziu o Sajil-60, uma versão licenciada do foguete SS-60 usado pelo ASTROS brasileiro.

Astros II do Iraque.

No Irã, os mísseis, RPGs e foguetes foram embarcados em três navios – dois de bandeira russa e um de bandeira iraniana – cruzaram o Mar Cáspio saindo do porto de Bandar Anzali e navegaram até Astrakhan, cidade russa no delta do Volga.

“Não nos importamos para onde vão as armas pesadas [porque não precisamos delas no momento]”, disse uma fonte do Hashd al-Shaabi. “O que quer que seja anti-EUA nos deixa felizes.”

Astros iraquiano sendo remuniciado. Foto: Plano Brasil.

As transferências de armas reveladas pelo The Guardian ocorreram com a ajuda das redes de contrabando de armas do Irã e representam a mais recente progressão nas relações entre Moscou e Teerã. A Rússia se encontra cada vez mais isolada e lutando para acompanhar o campo de batalha, enquanto as sanções ocidentais continuam se acumulando.

Desde o início da invasão na Ucrânia, no dia 24 de fevereiro, o Ocidente tem aplicado um crescente número de sanções e bloqueios em oligarcas e no governo russo, incluindo materiais de uso dual (civil e militar), como peças sobressalentes para veículos e certos tipos de aparelhos eletrônicos e ópticos. 

Um lançador de foguetes Avibras ASTROS II da Arábia Saudita durante a Operação Escudo do Deserto. Foto: Departamento de Defesa dos EUA.

Mohaned Hage Ali, membro do Carnegie Middle East Center, diz que “Esse tipo de armamento sofisticado [sistemas de lançamento de foguetes] faria uma grande diferença no terreno na Ucrânia. O Ḥashd al-Shaabi controla grande parte da região fronteiriça com o Irã, o que facilitaria essa transação.”

“Outros países como a China estão tendo que ter muito cuidado ao transferir armas à Rússia agora, dada a nova situação de sanções. E o Irã, como parte desse eixo, quer garantir que a Rússia não perca terreno nesse conflito. Se o regime de Putin for desestabilizado, isso terá enormes implicações para o Irã, particularmente na Síria, onde Damasco depende do apoio aéreo russo e das coordenadas da Rússia para evitar conflitos diretos entre eles e Israel.”

Ucrânia Rússia
Restos de um avião russo derrubado na Ucrânia.

A transferência das armas ocorre enquanto a Rússia se prepara para entrar em uma nova etapa de sua ofensiva na Ucrânia. Sofrendo um enorme número de baixas (2800 veículos diversos já foram perdidos, incluindo 488 carros de combate), Moscou parece ter desistido do plano original de capturar a capital Kiev e tem recuado suas tropas.

O jornal britânico afirma que as forças terrestres da Rússia estão se preparando para um novo ataque à região de Donbas, no sudeste do país. Ao mesmo tempo, Kiev e o Ocidente apontam crimes humanitários contra a população civil ucraniana. 

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: Avibrás, Foguete, Irã, Iraque, Rússia, Ucrânia, usaexport