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NTSB critica relatório de autoridades africanas sobre o acidente com o 737 MAX da Ethiopian

Boeing 737 MAX Ethiopian Airlines

A Ethiopian Aircraft Accident Investigation Bureau (EAIB), órgão que investiga acidentes e incidentes na Etiópia emitiu um relatório no último dia 23 sobre o acidente com o Boeing 737 MAX da companhia aérea local Ethiopian Airlines, entretanto o órgão americano NTSB fez criticas públicas sobre o documento.

Antes da divulgação oficial do relatório, o NTSB teve acesso ao documento preliminar pois é do país onde a aeronave envolvida no acidente, no caso o Boeing 737 MAX, é fabricada. O órgão americano direcionou seus comentários para o relatório, entretanto, na versão final estava sem parte dos mesmos.

O NTSB então tomou a decisão de publicar seus comentários em seu próprio site, pois recebeu apenas ontem (27) a versão final após quatro dias da publicação oficial por parte da autoridade africana.

O órgão americano disse ainda que “os países participantes na investigação têm a oportunidade de revisar o rascunho do relatório e fornecer comentários à autoridade investigativa”. 

“Se a autoridade investigadora discordar dos comentários ou se recusar a integrá-los ao relatório do acidente, os países participantes têm o direito de solicitar que seus comentários sejam anexados ao relatório final”, completou o NTSB em nota.

Confira a nota completa clicando aqui.

O NTSB avaliou que a Ethiopian Aircraft Accident Investigation Bureau (EAIB) focou ‘inadequadamente’ em alguns fatores que contribuíram para o acidente com o Boeing 737 MAX. Entre os pontos apontados estavam os fatores humanos.

“Em vez de incorporar os comentários mais recentes e expandidos em seu relatório, ou anexá-los conforme solicitado, o EAIB incluiu um hiperlink em seu relatório final para uma versão anterior e agora desatualizada dos comentários do NTSB”.

Os investigadores americanos também reforçaram que os comentários que deveriam constar no relatório final do acidente, “incluiriam mudanças significativas”  em relação ao último documento visto pelo órgão americano. 

“A ausência de informações sobre o desempenho da tripulação de voo limita a oportunidade de abordar questões de segurança mais amplas e igualmente importantes”, disse o NTSB

No relatório emitido pela EAIB apontou que a Boeing, fabricante da aeronave, a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) e o NTSB falharam em não apontar os erros do projeto do 737 MAX. 

O documento consta ainda que as autoridades etíopes não foram informadas sobre o comunicado da Boeing sobre uma falha transmitida ao NTSB. 

Causas apontadas no relatório

A EAIB apontou que a principal causa do acidente com o Boeing 737 MAX da Ethiopian Airlines foi causada pelos movimentos involuntários da aeronave pelo sistema MCAS, que fez com que a aeronave mergulhasse para o solo.

O NTSB queria incluir mais duas causas além da falha do sistema MCAS, o órgão americano acredita que o gerenciamento da situação por parte da tripulação contribuiu para o acidente. 

Cockpit Boeing 737 MAX MCAS

Segundo os americanos, alguns procedimentos já existentes e publicados quatro meses antes em uma diretiva na época, permitiria os pilotos a retomar o controle da aeronave mesmo diante dos movimentos involuntários de mover o nariz do Boeing para baixo.

“Como reiteramos ao longo da investigação, a mitigação do projeto deve levar em conta adequadamente o comportamento humano esperado para ser bem-sucedido, e uma compreensão completa do desempenho da tripulação de voo neste acidente é necessária não apenas para mitigações robustas do projeto, mas também para melhorias de segurança operacional e de treinamento. necessárias para alcançar várias camadas de barreiras de segurança para interceptar erros humanos e evitar acidentes”, aponta os investigadores americanos.

“A apresentação atual da transcrição do CVR impede que o leitor tenha uma compreensão completa e objetiva do evento”, completou.

O relatório não esclarece como a companhia aérea lidou para adequar seus pilotos para receber as informações e analisar situações sobre os novos sistemas. 

O NTSB também atestou que o Boeing 737 MAX da Ethiopian teve um objeto estranho no sensor de ângulo de ataque (AoA) resultando em leituras errôneas do sistema MCAS. 

As autoridades etíopes incluíram dez fatores que contribuíram para o acidente e descobriram “que novo avião experimentou falhas elétricas e eletrônicas inexplicáveis ​​semanas após entrar em serviço e nas semanas e dias anteriores aos acidentes”. A aeronave havia sido entregue pela Boeing quatro meses antes do acidente.

O EAIB apontou falhas nos esclarecimentos da Boeing para a Ethiopian Airlines sobre o sistema MCAS logo após o acidente com o 737 MAX da Lion Air. Além disso, foram apontadas que as mudanças no design do avião feitas pela FAA não tinham aprovação final.

O NTSB respondeu que em 3 de dezembro de 2018, a fabricante norte-americana emitiu um complemento de seu boletim manual sobre a aeronave sobre como lidar com os movimentos involuntários da aeronave pelo sistema MCAS.

 

 

 

Com informações do AeroTime

 

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