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O que a versão cargueira do Airbus A350 pode oferecer?

Airbus A350 FL Technics

A Airbus vai investir em uma nova versão do seu moderno A350 voltada para o transporte de cargas, a fabricante teve um projeto para uma versão cargueira do novo avião em 2007 mas a ideia não foi levada adiante. 

A fabricante europeia nunca conseguiu acirrar a disputa com a norte-americana Boeing, que oferece um catálogo com diversas opções. A Boeing oferece versões cargueiras do 747, 767, 777 além da conversão do 737 Classic e NG e o 757. Com isso a fabricante consegue atuar em mais de 80% no mercado do transporte de cargas.

Importante lembrar que a Boeing adquiriu nos anos 90 a McDonnell Douglas, e fabricou os últimos MD-11F que somente agora estão sendo retirados de operação. A Airbus ofereceu a família A300 e A310 e mais recentemente o A330 com base na versão -200, mas ainda sim não conseguiu uma grande quantidade de clientes.

Desde o começo da pandemia de Covid-19, a aviação mudou toda a sua forma, desde as fabricantes até as companhias aéreas. As fabricantes precisaram encerrar produções de aeronaves que não estavam sendo mais vendidas como antes, o caso do A380 e o 747. Agora o mercado necessita de aviões ainda mais econômicos em voo e em custos operacionais.

Levando em consideração o crescimento do mercado global de cargas e pedidos de companhias aéreas, a Airbus está levando adiante a antiga ideia de um A350 para o transporte de cargas. 

 

O que a versão cargueira poderia oferecer?

Foto: Lufthansa

A Airbus está querendo entrar na briga de vez pelo mercado de aeronaves cargueiras, e planeja investir bastante no A350 para atrair clientes. O modelo seria batizado de A350-950F e iria concorrer com a família 777 e 777X da Boeing. 

A começar que o A350F iria oferecer uma capacidade maior do que o A330F, que pode transportar 23 contêineres de carga, em comparação o Boeing 777F pode transportar 27 contêineres. O tamanho do novo avião seria entre a versão -900 e a -1000 do A350, permitindo transportar uma quantidade equivalente ao jato norte-americano. 

O A350-950F teria a sua estrutura reforçada, já que a versão de passageiros é construída com base em painéis fabricados em material composto, bastante diferente do seu concorrente, o 787.

Com o reforço da fuselagem, consequentemente o peso iria ser maior e para suportar a fuselagem mais a carga a bordo, a Airbus vai utilizar o trem de pouso da versão -1000 com 6 rodas em cada. As companhias aéreas estão adaptando aviões de passageiros para cargueiros, removendo todos os assentos.

A demanda de voos longos continua em baixa além das restrições de alguns países em receber passageiros de outras origens. O novo avião se lançando ainda este ano, poderá chegar ao mercado até em 2025, conforme a Reuters divulgou no mês passado junto ao projeto. 

O projeto de um avião já preparado para o transporte de cargas é o que as companhias aéreas estão buscando nesse momento. Houve um aumento no pedido de conversão de diversas aeronaves pois a capacidade ainda não está sendo suficiente para suprir toda a demanda. 

A Airbus chegou a estudar a possibilidade de um pacote de conversão do Airbus A380, que foi amplamente prejudicado com a crise. Mesmo podendo transportar um grande volume de carga útil, a conversão do modelo tem um valor alto para um número pequeno de empresas interessadas. 

Em 2020 a Boeing entregou 114 aeronaves durante todo o ano, 46 dessas são aeronaves cargueiras sendo o 767, 777 e 747. Esse número representou 40% de todas as entregas da fabricante em um ano, estabelecendo um recorde nas entregas.  

A Airbus fez uma estimativa de que seriam necessárias 850 aeronaves cargueiras nos próximos 20 anos, dessas, 350 seriam de grande porte. A Boeing prevê que o mercado dos próximos 20 anos irá precisar de 2.430 cargueiros, sendo 1.080 aeronaves de médio porte sendo convertidas com 480 novas aeronaves e 450 aviões de grande porte cargueiros.

A fabricante europeia está disposta a entrar com grandes investimentos em seu novo cargueiro principalmente para competir com a dinastia da Boeing no seguimento. 

 

Fonte: Aviation Week

 

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