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Por que a GOL foi a primeira do mundo a retomar voos com o Boeing 737 MAX?

Boeing 737 MAX GOL

Nesta quarta-feira (09) a GOL Linhas Aéreas se tornou a primeira companhia a retomar a operação de voos com passageiros pagantes utilizando o Boeing 737 MAX.

A aeronave já atualizada fez a rota de Guarulhos, em São Paulo, até Porto Alegre na manhã de hoje (09) para re-inaugurar as operações. Anteriormente a GOL fez alguns significativos marcos também em relação ao 737 MAX.

No dia 26 de novembro a GOL utilizou o avião de matrícula PR-XMA para operar voos de testes, o primeiro após as novas atualizações exigidas pela FAA e a ANAC do Brasil.

No dia 03 de dezembro a GOL operou voos com passageiros, um dos primeiros após o retorno das operações com o 737 MAX. Apesar de não ter somente tripulantes, esses passageiros eram diretores da aérea, familiares destes e o presidente da empresa, Paulo Kakinoff.

No último dia 07 de dezembro o nosso público acompanhou dois voos exclusivos para imprensa no Boeing 737 MAX. Além dos jornalistas e influenciadores, incluindo a Aeroflap, o voo também teve a presença do presidente da GOL, Paulo Kakinoff, diretores da aérea e também da ANAC.

Enquanto isso a GOL continuava a realizar voos de testes com suas aeronaves Boeing 737 MAX, colocando em voo também o PR-XMB, que realizou hoje o primeiro voo com passageiros pagantes, e o PR-XMC. No último dia 07 de dezembro a GOL chegou a ter três aviões 737 MAX voando ao mesmo tempo nas proximidades do Aeroporto de Confins.

 

Mas como a GOL conseguiu retomar tão rapidamente as operações com o 737 MAX? Vamos conferir abaixo!

De acordo com os diretores da GOL, a própria companhia tomou algumas decisões internas que chegaram a esse caminho de disponibilizar o 737 MAX rapidamente para os passageiros.

 

Estocagem

Quando a GOL paralisou os voos com a aeronave, no dia 11 de março de 2019, a companhia começou a colocar estes aviões em estocagem de curto prazo, onde necessita a cada 15 dias fazer uma ativação dos sistemas e de tempos em tempos ligar os motores do avião.

A estocagem de curto prazo possibilita que um avião retome as operações sem precisar de uma inspeção completa, visto que esta é realizada rotineiramente pelos mecânicos. Já o custo, em comparação com uma estocagem de longo prazo, é significativamente maior.

Por exemplo, a GOL utilizou mais de 150 mil litros de QAV (Querosene de Aviação) somente para ligar os motores dos seus 7 aviões durante esses 20 meses de estocagem.

A estocagem de curto prazo foi um fator decisivo para o retorno imediato do avião, pelo menos aos voos de testes, de acordo com a companhia.

 

Treinamento

Há poucos simuladores para o 737 MAX disponíveis em todo o planeta. Além disso, a nova determinação da FAA, para a atualização do 737 MAX, exclui a possibilidade de treinar pilotos em simuladores do 737 NG.

São 375 aviões já entregues, sendo que cada avião precisa de 4 a 6 pilotos para operar voos. Você deve pensar que esse virou um problema logístico, visto que cada piloto precisa de um bom tempo de treinamento em simulador para estar apto a operar na aeronave real.

E neste ponto que a GOL se antecipou. Ela foi uma das primeiras a reservar horários de treinamento para seus pilotos no Centro de Treinamento da Boeing em Miami, nos Estados Unidos. Não há no momento simuladores de voo do Tipo-D (Full Motion) do 737 MAX no Brasil.

Esse é o simulador em funcionamento, com movimentos muito fiéis e enormes pistões eletropneumáticos.

Nos últimos meses a companhia trabalhou exatamente neste ponto, conseguindo no final de novembro ter 140 tripulantes disponíveis para operar no 737 MAX atualizado.

Outras companhias ainda tentam conseguir horários para seus tripulantes treinarem em simuladores do 737 MAX, e isso pode atrasar a retomada de voos em muitas delas.

Para facilitar o treinamento, a GOL já está encomendando um simulador do Tipo-D do 737 MAX para treinar seus tripulantes no Brasil, sendo de uso exclusivo da companhia. A entrega acontecerá ainda em 2021.

 

Malha

GOL Boeing 737 MAX

Em meados de outubro a FAA já dava sinais que a certificação do 737 MAX aconteceria em breve.

Em conversas com pilotos e mecânicos da GOL, no evento do último dia 07 de dezembro, chegamos ao ponto que cada avião 737 MAX precisa de cinco dias dentro do hangar de manutenção para receber as três atualizações requeridas (Clique Aqui para saber mais).

A de software é a mais tranquila, e entre a implementação e os testes leva apenas 60 minutos para os mecânicos concluírem o procedimento.

A antecipação da GOL, a partir da norma da FAA emitida dia 18 de novembro, e também as conversas constantes com a ANAC, permitiram que no dia 26 de novembro o 737 MAX da companhia realizasse o primeiro voo com as atualizações.

Desde então a GOL levou três semanas para atualizar todos os aviões e realizar testes. O presidente da companhia, Paulo Kakinoff, diz que não há motivo para atrasar o retorno do 737 MAX ao voos comerciais, visto que, agora a segurança já está certificada duplamente.

 

Esses pontos foram alguns que ocorreram internamente na GOL, nesses últimos 20 meses, para o 737 MAX retomar os voos rapidamente. A companhia nega, no entanto, que houve pressão para colocar o avião na malha, até pelo motivo que não há necessidade de tantos aviões em operação com a demanda reduzida durante a pandemia.

 

 

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Pedro Viana

Autor: Pedro Viana

Engenharia Aerospacial - Editor de foto e vídeo - Fotógrafo - Aeroflap

Categorias: Companhias Aéreas, Notícias

Tags: 737-MAX, Boeing, Boeing 737-MAX, GOL, usaexport