A Argentina vai receber a visita de um porta-aviões nuclear dos Estados Unidos pela primeira vez desde 2010. O USS George Washington, um navio da Classe Nimitz, deve passar pelo país em maio e será visitado por uma série de autoridades, incluindo o presidente Javier Milei.
Segundo o Clarín, a passagem do navio pelo Atlântico Sul deve incluir visitas a outros países, como o Brasil, por onde já passou há quase 10 anos durante a operação UNITAS 2015. A visita do porta-aviões é vista como um forte gesto de realinhamento entre Washington e Buenos Aires. A Argentina se aproximou bastante da China nos últimos anos, fortalecendo a presença de Pequim na América do Sul.
Com a chegada de Milei ao poder no final de 2023, a situação mudou para a China, repudiada pelo novo presidente argentino, que busca uma rápida reaproximação com os EUA. A visita do porta-aviões, além de recentes compras militares da Argentina, mostram que os dois países já estão bem alinhados. Um dos próximos passos é a aquisição de caças F-16 usados da Dinamarca, que já foi autorizada pelos norte-americanos. Milei deve visitar o porta-aviões de helicóptero, acompanhado de ministros e chefes militares, bem como sua irmã Karina Milei, atual Secretária-Geral da Presidência.
Segundo o Zona Militar, as passagens de porta-aviões dos Estados Unidos pela Argentina começaram em 1990 com os exercícios Gringo Gaúcho, que permitiam que aviadores navais argentinos treinassem toque e arremetida nos navios norte-americanos, após a desativação do porta-aviões ARA 25 de Mayo da Matinha Argentina. A última visita de um porta-aviões dos EUA à Argentina aconteceu em 2010, quando o USS Ronald Reagan passou pelo país que na época era comandando por Cristina Kirchner.
Designado CVN-73, o USS George Washington foi comissionado em 4 de julho de 1992, sendo o sexto porta-aviões nuclear de sua classe a entrar em serviço na Marinha dos EUA. O navio possui um par de reatores nucleares que alimentam quatro turbinas a vapor. A tripulação é composta por mais de 6000 militares e os principais armamentos são as mais de 90 aeronaves embarcadas, incluindo aviões de caça, ataque eletrônico, vigilância, transporte e helicópteros de guerra antissubmarino.
Em 2017 a Marinha dos EUA iniciou uma extensa manutenção e reforma do porta-aviões, avaliada em US$ 2,8 bilhões. Previsto para durar quatro anos, o serviço acabou sofrendo atrasos por conta da pandemia e o navio só voltou a navegar em maio do ano passado.
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