Os seis helicópteros Kamov Ka-32 Helix de Portugal já tem um novo destino: a Ucrânia. As aeronaves serão doadas ao país que enfrenta Rússia – fabricante dos helicópteros – desde fevereiro.
A doação dos Ka-32 foi anunciada ontem (13) pela Ministra da Defesa, Helena Carreiras, durante entrevista na sede da OTAN em Bruxelas, Bélgica. “A pedido da Ucrânia e em articulação com o Ministério da Administração Interna vamos disponibilizar a nossa frota de helicópteros Kamov que, em virtude do cenário atual, das sanções impostas à Rússia, deixámos de poder operar, aliás não têm os seus certificados de aeronavegabilidade e nem sequer poderemos repará-los.”
Portugal adquiriu, em 2007, seis Ka-32A-11BC para combate a incêndios florestais, eventos que causam sérios danos à vegetação do país todos os anos. Os helicópteros eram empregados pela companhia estatal EMA (Empresa de Meios Aéreos), mas cerca de 11 anos depois passaram a sofrer com a falta de peças e atrasos em serviços de manutenção.
A situação piorou com a chegada da pandemia e o início do conflito na Europa, forçando a parada dos helicópteros, um dos quais estava incidentado desde 2012. Em agosto a Força Aérea Portuguesa anunciou em a aquisição de seis UH-60 Black Hawk para a substituição dos Kamov russos.
Carreiras diz que os seis Kamov serão “transferidos no estado em que estão”, mas que ainda serão “muitíssimo úteis à Ucrânia e essa cedência foi muito agradecida pelas nossas contrapartes ucranianas”. A Ministra também afirma que os Ka-32 serão enviados à Ucrânia o mais rápido possível.
“Os ucranianos conhecem as condições em que se encontra o material”, apontou a ministra, reforçando que a Ucrânia possui uma cadeia logística para helicópteros semelhantes, o que permite que eles executem reparos nos Ka-32 doados. De fato a Aviação Naval Ucraniana possui aeronaves Ka-27 e Ka-29, semelhantes aos Ka-32.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia causou a fuga de milhões de pessoas e a morte de milhares de civis, segundo as Nações Unidas, que classificam esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Quer receber nossas notícias em primeira mão? Clique Aqui e faça parte do nosso Grupo no Whatsapp ou Telegram.