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Falta de mão de obra prejudica fornecedores e impede Boeing de elevar número de aviões fabricados

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Recentemente a fabricante norte-americana Boeing enfrentou grandes problemas, a suspensão de voos com a aeronave 737 MAX, problemas na cadeia de suprimentos para o 787 e a pandemia de Covid-19 que afetou seriamente todo o setor aéreo a nível global.

No ano passado a fabricante conseguiu elevar o seu número de entregas, após alguns anos em números baixos, mas apesar disso ainda há muito trabalho pela frente. Nos 20 meses sem poder voar, a Boeing continuou a fabricar o 737 MAX e com isso surgiu mais de 400 aeronaves em estoque para serem entregues.

Mesmo com estoque de mais de 400 aviões, a Boeing ainda enfrentou problemas com a cadeia de suprimentos, na verdade o problema vai além. A pandemia causou grandes impactos especialmente no setor aéreo, e com isso milhares de trabalhadores se aposentaram, foram cortados ou mudaram suas atuações profissionais.

Com isso os fornecedores ficaram sem mão de obra qualificada para fabricação de componentes e suprimentos para o setor aéreo e consequentemente, ocasionou o atraso na entrega dos suprimentos para fabricação de aviões, entre eles o 737 MAX e o 787 da Boeing.

“O maior problema neste ano e no ano que vem é a mão de obra. Mão de obra treinada, capacitada e qualificada”, afirma o analista financeiro da BofA Securities Ron Epstein, durante uma conferência de fornecedores em Seattle.

A grande maioria dos analistas financeiros dos EUA afirmam que o país está em uma recuperação gradativa mas destacaram que o caminho será longo até atingir patamares significativos. 

O carro-chefe da Boeing foi o 737 MAX, sendo responsável por 387 exemplares entregues em 2022 dos 480 aviões entregues ao todo. O número é relativamente maior que em 2021, quando ao todo foram entregues 340 aviões, levando em consideração também que o 787 estava com as entregas suspensas, e o MAX com a retomada gradativa no mercado. 

Debbie Lee, diretora de uma das empresas fornecedoras da Boeing, disse que o maior problema está na falta de trabalhadores, que muitos deles não atuam mais no segmento. 

“Nossa maior restrição é a equipe, À medida que aumentamos [estamos] tentando levar as pessoas … para a fábrica. Não sei para onde eles foram. Eu gostaria de saber”, disse a executiva.

Uma pesquisa indicou que a Boeing mantém a taxa mensal de fabricação por volta de 25 aviões da linha 737, e menos que 10 da linha 787. Há algum tempo atrás, a taxa de fabricação estava em torno dos 53 aviões na linha do 737 e 14 do 787.

A fabricante de aeronaves enfrentou também recentes problemas em relação a cadeia de suprimentos para o 787, em específico sobre a qualidade das peças instaladas nas aeronaves. A Boeing espera aproveitar a demanda sendo retomada para elevar o número de aviões fabricados e entregues por ano.

Para a linha 737, espera-se que o número possa chegar entre 30 e 40 aviões ao mês, regularizando também os atrasos em decorrência da suspensão de voos por 20 meses, além de também alavancar a produção do 787. A Boeing quer aproximar os números de 2018, quando no período fabricava 50 aviões 737, 4 da linha 777 e 10 aviões 787.

Richard Aboulafia, analista aeroespacial da AeroDynamic, disse que a recuperação dos EUA é lenta em comparação aos números de entrega sugerem. 

“Se você filtrasse os jatos que já foram construídos, veria… a pior recuperação de todos os tempos. As pessoas deixaram o negócio, Caras com quem lidei por 20 anos… estão na praia agora”, disse o analista.

“Os atuais impulsionadores da demanda por aviões estão em boa forma”, diz Aboulafia.

A Orion Industries, uma das principais fornecedoras da Boeing, disse através de seu executivo-chefe Jerry Chase que reduziu pela metade o seu quadro de funcionários. O crescimento entre 2021 e 2022 foi de 17%, ampliando em mais 30 funcionários em 2023, a tendência é que a empresa apresente um crescimento de até 33%.

“Nós… enfrentamos a tentativa de recrutar pessoas enquanto todo mundo está recrutando pessoas”, diz Chase

 

 

Com informações da FlightGlobal

 

 

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