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Airbus utilizará maior avião de passageiros do mundo para desenvolver propulsão com hidrogênio

Airbus A380 CFM Hidrogênio

A Airbus realizou nesta terça-feira (22) um evento especial para anunciar sua nova parceria, e que utilizará um Airbus A380 para atingir mais um avanço da tecnologia da aviação.

Desta vez, em parceria com a CFM, a Airbus testará a propulsão a hidrogênio que tanto cita nos seus últimos projetos de novos aviões. Um Airbus A380 será utilizado para ter tanques de hidrogênio líquido em seu grande interior. Na parte superior da aeronave a CFM deve fornecer um motor Passport já adaptado para queimar hidrogênio no lugar do tradicional querosene.

O tanque de hidrogênio é também uma parte essencial da nova aposta da Airbus de criar aviões movidos ao combustível que é o material menos denso da natureza.

Os tanques devem ser capazes de conter o combustível a temperaturas de -250 graus celsius, algo que com temperatura ambiente, só é possível com alta pressão. Além deste motivo, o hidrogênio é altamente volátil, um vazamento pode significar um grande acidente.

A380 que será “mula de testes” terá quatro tanques na cauda armazenando hidrogênio.

A Airbus também definirá os requisitos do sistema de propulsão a hidrogênio, supervisionará os testes de voo e fornecerá a plataforma do A380 para testar o motor de combustão de hidrogênio na fase de cruzeiro.

O desenvolvimento da propulsão por hidrogênio acontecerá em Bremen, na Alemanha, e em Nantes, na França. Nesses dois locais a Airbus espera criar todo o ecosistema que possibilite o uso do elemento químico como combustível.

 

Primeiro Airbus A380 fabricado no mundo foi escolhido para continuar voando

Airbus A380 em seu primeiro voo

Depois de utilizar protótipos de testes do A340 e do A320 para testar novas tecnologias no último ano, a Airbus decidiu dar continuidade ao uso dos seus próprios aviões para desenvolver novas tecnologias. O Airbus A380 de numeração MSN001 foi escolhido para receber as adaptações, e realizar os voos de testes em parceria com a CFM.

O A380 de matrícula F-WOW foi fabricado em abril de 2005, e diferente de outros protótipos, não foi encaminhado para museus ou desmonte.

“O A380 MSN1 é uma excelente plataforma de laboratório de voo para novas tecnologias de hidrogênio. É uma plataforma segura e confiável que é altamente versátil para testar uma ampla gama de tecnologias de emissão zero. Além disso, a plataforma pode acomodar confortavelmente a grande instrumentação de teste de voo que será necessária para analisar o desempenho do hidrogênio no sistema de propulsão de hidrogênio”, disse Mathias Andriamisaina, líder do projeto ZEROe.

 

Apesar de todas as vantagens dessa escolha da Airbus pelo hidrogênio, a maior é a capacidade de produzir apenas vapor de água na queima com o oxigênio dentro do motor, ou seja, realmente com zero emissão de CO2. Ao mesmo tempo, o tempo de reabastecimento dos tanque é bastante reduzido, quando comparamos com a recarga de bateria de aviões elétricos.

“A capacidade de combustão de hidrogênio é uma das tecnologias fundamentais que estamos desenvolvendo e amadurecendo como parte do Programa CFM RISE”, disse Gaël Méheust, presidente e CEO da CFM. “Reunindo as capacidades coletivas e a experiência da CFM, nossas empresas-mãe e a Airbus, realmente temos a equipe dos sonhos para demonstrar com sucesso um sistema de propulsão a hidrogênio”. 

Apesar de toda a expectativa, a CFM ainda fará muitos testes em solo antes de equipar o A380 com um motor Passport. É um projeto de longa duração, e os testes em voo não começarão em 2022 ou 2023.

Já a Airbus espera começar a disponibilizar até 2035 aviões com zero emissões de CO2, e até 2050 ter uma linha completa de aeronaves desse tipo.

 

Linha de aviões com propulsão a combustão e híbrida

Enquanto costura acordos com empresas do setor. A Airbus aprimora seu projeto de aviões do futuro, com baixíssima emissão de CO2.

Um lado do projeto, como apresentamos acima, continua apostando em aviões com motores a combustão, ou seja, no método convencional que conhecemos mas queimando hidrogênio no lugar no poluente querosene derivado do petróleo.

A Airbus chegou a apresentar uma imagem com vários conceitos diferentes para o futuro, misturando essas aeronaves a combustão com outras de motor elétrico. Veja na imagem abaixo as propostas de aviões com motores de combustão.

Já programa ASCEND, que também faz parte do ZEROe avaliará arquiteturas elétricas de várias centenas de quilowatts (KW) a aplicações de dezenas de megawatts (MW) com e sem hidrogênio líquido a bordo. Normalmente motores elétricos para aviões de 19 passageiros têm mais de 1 Megawatts de potência.

O Avro é a nova plataforma de testes da Airbus para propulsão elétrica e híbrida em aeronaves.

A tecnologia ASCEND será testada a partir do final de 2023 através da aeronave E-Aircraft System House, um protótipo da Airbus, que tem como base um Avro, para testar tecnologias de propulsão híbrida e elétrica. Uma das finalidades é utilizar a temperatura criogênica do hidrogênio líquido para também ajudar na propulsão elétrica.

Com -253 graus Celsius a Airbus disse que consegue otimizar o desempenho dos sistemas elétricos, como o próprio motor da aeronave, ao utilizar materiais supercondutores que aproveitam as baixas temperaturas para diminuir a resistência elétrica, aumentando a eficiência em geral.

A Airbus também apresentou um sistema com PODs adaptáveis, melhorando a integração da tecnologia em diferentes aviões da sua linha e diminuindo o custo de projeto. O sistema de “Pods” funciona basicamente como uma maneira de adaptar um sistema de propulsão em qualquer aeronave compatível, além das células de armazenamento de hidrogênio.

Preocupada com o fornecimento do hidrogênio, a Airbus apresentou uma solução para a fabricação do combustível nos aeroportos, praticamente eliminando a rede de transporte perigosíssima do inflamável combustível.

 

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Pedro Viana

Autor: Pedro Viana

Engenharia Aerospacial - Editor de foto e vídeo - Fotógrafo - Aeroflap

Categorias: Aeronaves, Notícias

Tags: A380, Airbus, Airbus A380, Hidrogênio, Propulsão, tecnologia