O compromisso ambiental da indústria global de aviação é claro: alcançar emissões líquidas zero de carbono até 2050. Este objetivo ambicioso será possível graças ao forte compromisso de toda a cadeia de valor e aos avanços tecnológicos e operacionais; no entanto, ainda existem alguns desafios na região da América Latina e do Caribe para conseguir isso.

É por isso que a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA) consolidou um grupo de trabalho focado em quatro pilares: 1) Eficiência nas operações e novas tecnologias, 2) Combustíveis de aviação sustentável SAF, 3) Programas de compensação de emissões, 4) Instrumentos econômicos para a gestão das mudanças climáticas.

O Comitê de Meio Ambiente da ALTA, formado por companhias aéreas que operam na região, elegeu Johanna Cabrera, Gerente de Sustentabilidade da LATAM, como Presidente, que comenta que recebe com grande expectativa a responsabilidade de fazer parte da equipe de liderança deste grupo de trabalho, que será responsável por analisar questões relevantes que marcarão a sustentabilidade da indústria na região, e o roteiro dos principais projetos focados em mitigar os impactos ambientais das operações e maximizar os efeitos positivos da operação aérea nas comunidades.

Em sua primeira reunião virtual em 2023, o comitê contou com a presença de representantes da Aerolíneas Argentinas, Aeroméxico, Air Europa, Avianca, Copa Airlines, JetSMART, Ibéria, LATAM, SKY Airline e VIVA. Além de discutir os pilares do comitê, foram discutidas iniciativas operacionais, melhores práticas em programas de reciclagem da empresa e treinamento de pessoal em questões ambientais.

“Enfrentar as mudanças climáticas e suas consequências é, sem dúvida, uma agenda prioritária para muitas indústrias neste século. A indústria da aviação é inovadora por natureza e há vários anos implementa medidas importantes para tornar suas operações ainda mais responsáveis com o meio ambiente. Para continuar a avançar em direção aos objetivos ambiciosos fixados, é essencial a coordenação de esforços entre os setores público e privado. A evolução da indústria deve ser acompanhada por regulamentações inteligentes que gerem eficiências e não obstáculos ou custos adicionais. O papel dos Estados para gerar ambientes competitivos e propícios é fundamental”, destaca José Ricardo Botelho, diretor executivo e CEO da ALTA.

“Em linha com os objetivos da indústria aérea de avançar para uma indústria mais sustentável, o trabalho colaborativo é fundamental, e é precisamente o valor deste comitê, aqui todas as companhias aéreas trabalham para o mesmo fim; estabelecer padrões de sustentabilidade cada vez mais rigorosos e alinhados com as metas globais”, diz Cabrera.

“Cerca de 65% do total de medidas que permitirão à indústria alcançar emissões líquidas zero até 2050 vêm da implantação em larga escala do SAF. A América Latina possui uma grande disponibilidade de matérias-primas para a produção de SAF no mundo. Somente no Brasil segundo projeções, é possível produzir cerca de 9 bilhões de litros de SAF com 5 matérias-primas, o que reafirma a importância da região no fornecimento de SAF em todo o mundo. No entanto, é preciso avançar nos esforços para materializar esse potencial, é fundamental a geração de incentivos e condições propícias que possibilitem a implantação de uma indústria produtora de SAF. Estou certo de que este comitê de trabalho irá gerar iniciativas importantes que apoiarão os nossos países a avançarem com um passo sólido em medidas competitivas e adequadas para o benefício do planeta, da indústria e da população”, acrescenta Botelho.

Nessa linha, a ALTA lançou uma conferência presencial, a ALTA Fuel & Environment Conference, que será realizada pela primeira vez em San José, Costa Rica, nos dias 29 e 30 de março de 2023. A Conferência oferecerá a representantes seniores de toda a cadeia de valor da indústria fóruns acadêmicos, oportunidades de networking e workshops para abordar, entre outros tópicos: marcos legais locais sobre produção, importação e comercialização de SAF, aeroportos sustentáveis e mecanismos de compensação de carbono para passageiros de companhias aéreas e atualizações do mercado de combustíveis de aviação, infraestrutura, tarifas e impostos.

Via: ALTA