Quase 10 anos depois de dar baixa em seus últimos aviões supersônicos, os delta Dassault Mirage III e variantes, a Argentina pode estar finalmente comprando ‘novos’ caças. O governo de Javier Milei deve assinar na próxima semana a aquisição de um lote de caças F-16 Fighting Falcon de segunda-mão da Dinamarca e armamentos por US$ 650 milhões.
Segundo o portal infodefensa.com, o ministro da Defesa dinamarquês Troels Lund Poulsen visita a Argentina na terça-feira (26) para assinar o contrato de venda das aeronaves. O acordo entre Buenos Aires e Copenhague inclui 24 caças F-16A/B Block 10 MLU (Mid-Life Upgrade) por US$ 338 milhões. Este primeiro pacote também conta com o treinamento de pilotos e especialistas mantenedores, motores, equipamento de manutenção, capacetes JHMCS com mira/display integrado e outros.
#Argentina (🇦🇷) now has a generally confirmed price for the F-16A/B MLU deal, for a total of $650 million USD.
The deal is composed of the 24x F-16A/B MLU fighters for $338 million, as well as an arms package of $312 million including AIM-9 Sidewinders & AIM-120 AMRAAMs. pic.twitter.com/CZbHN9c5Im
— SA Defensa (@SA_Defensa) March 22, 2024
Para completar o acordo, a Argentina ainda deve pagar US$ 312 milhões em armamentos, incluindo os mísseis AIM-9 Sidewinder de curto alcance, AIM-120 AMRAAM de médio/longo alcance e bombas inteligentes. Se confirmado, a Argentina se tornará o terceiro país do continente sul-americano a operar o jato estadunidense, após Venezuela e Chile.
Ainda na sexta-feira (22), o Bureau de Assuntos Político-Militar do Departamento de Estados dos EUA celebrou pelo X a escolha do F-16, afirmando que a compra oferece à Força Aérea Argentina (FAA) “uma aeronave multifuncional de baixo custo e alto desempenho.” O acordo entre Argentina e Dinamarca foi aprovado por Washington em outubro de 2023.
We welcome President Milei's statement earlier this week that Argentina 🇦🇷 will purchase second-hand 🇺🇸US-built F-16 fighter jets from Denmark 🇩🇰 that offers @FuerzaAerea_Arg a low cost high performance multirole aircraft. pic.twitter.com/10VahifwH7
— Political-Military Affairs, US Dept of State (@StateDeptPM) March 22, 2024
Por outro lado, o Infodefensa ainda observa que Buenos Aires ainda não pagou a primeira parcela dos P-3 Orion da Noruega, adquiridos no ano passado, o que também levanta dúvidas sobre a compra dos aviões de caça.
F-16 supera JF-17 e afasta China
Além de dar novamente capacidade supersônica à FAA, a escolha do F-16 reforça a posição de Javier Milei como um novo aliados dos EUA na região. Até pouco tempo atrás, o favorito da disputa era o sino-paquistanês JF-17 Thunder. Delegações chinesas chegaram a visitar a Argentina e líderes dos governos de Pequim se encontraram com colegas de Buenos Aires para discutir a compra, que agora parece ter caído por terra de vez.
O embargo da Inglaterra, resultado do conflito das Falklands em 1982, trouxe uma grande barreira aos argentinos na busca por seu novo avião de caça. Qualquer aeronave com componentes britânicos teve sua venda rapidamente impedida. Assim, os argentinos viram no JF-17 uma possível solução, o que reforçou a aproximação com a China.
A escolha e assinatura da compra do novo caça argentino vem se arrastando nos últimos anos, passando de governo em governo. China e Estados Unidos entraram em uma disputa de influência no país, que ainda enfrenta uma grave crise econômica. Com a chegada de Milei, os EUA recuperaram sua ‘alavanca’ na Argentina.
Quer receber nossas notícias em primeira mão? Clique Aqui e faça parte do nosso Grupo no Whatsapp ou Telegram.