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Avançado sistema de guerra eletrônica da Rússia é capturado na Ucrânia

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A guerra entre Ucrânia e Rússia tem servido como uma ótima fonte de materiais de inteligência ao Ocidente, em especial ao Reino Unido e Estados Unidos. O último desses materiais, que possivelmente chegará “ao outro lado da fronteira”, é parte de um dos mais avançados sistemas de guerra eletrônica (EW) aeroembarcados da Rússia, e foi capturado junto aos destroços de um caça Sukhoi Su-30SM. 

Tropas ucranianas estão em uma larga contraofensiva em regiões controladas pela Rússia e conseguiram retomar, neste final de semana, parte da cidade de Izium, no Oblast de Kharkiv. Foi lá que os soldados ucranianos encontram o local da queda de um caça Su-30SM Flanker-H.

Nos destroços, os ucranianos acharam um dos pods de contramedidas eletrônicas ativa SAP-518SM ‘Regatta’. Trata-se de um dos sistemas do complexo EW Khibiny, instalado nos aviões Su-30, Su-34 e Su-35S.

Desenvolvido pelo Instituto Radiotécnico de Pesquisa Científica Kaluzhsky (KNIRTI), o Regatta é composto por dois pods, instalados nas pontas das asas dos jatos russos. O modelo encontrado é o pod 518-PSM, montado na asa direita e responsável por emitir ondas de interferência nas bandas G/J em missões de ataque ao solo. 

https://twitter.com/oryxspioenkop/status/1569359928694902786

As ondas emitidas por radares e demais sistemas de defesa em solo são captadas pelo pod 518-LSM1, usado como receptor. Elas são processadas pelos outros computadores do complexo Khibiny, que encaminham os dados ao 518-PSM.

O pod então emite sinais para criar uma “imagem fantasma” nos radares inimigos, formando um alvo falso virtual, longe do avião real, como forma de distração. Ainda que seu projeto tenha origem na década de 1980, acredita-se que o SAP-518SM tenha recebido atualizações ao longo dos anos. 

O caça em questão é um Su-30SM de matrícula RF-81773. Segundo a Força Aérea Ucraniana, o impacto contra o solo foi tão intenso que o avião ficou enterrado. É possível ver um dos mísseis R-73 ainda preso à asa do caça. 

Os ucranianos também afirmam que o jato foi derrubado ao sul de Izium, em 13/03 (menos de 30 dias após o início do conflito) a uma altura de 6000 metros, durante uma tentativa de ataque à cidade de Balakliya. 

Como resultado, os ucranianos capturaram Sergey Kosyk, vice-comandante do 14º Regimento de Caças das Forças Aeroespaciais Russas, com sede na Base Aérea de Kursk.

Se realmente for o caso, a captura dos pods de guerra eletrônica expõe uma falha por parte da Rússia em limpar o local do acidente para evitar que sistemas importantes caiam nas mãos do inimigo. A falha se torna mais grave quando o espaço de tempo entre o acidente a captura dos materiais é levada em conta: quase sete meses. 

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Restos do Su-30SM RF-81773, abatido em março, menos de um mês depois do início do conflito com a Rússia. Foto via Telegram.

Em maio, especialistas britânicos e norte-americanos conseguiram chegar aos destroços de um Sukhoi Su-35S abatido em abril. Apesar de ter sobrado pouco do avião em si, eles teriam conseguido capturar parte do sistema de mira do caça, o mais moderno em uso no conflito. 

O mais provável é que o recém-capturado SAP-518SM e vários outros materiais russos, já estejam sendo extensivamente estudados pela inteligência ocidental, um trabalho chamado “Exploração de Material Estrangeiro”, ou apenas FME na sigla em inglês. 

Com informações de Key.Aero, Força Aérea Ucraniana, Guy Plopsky e Deagel

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: Guerra Eletrônica, Rússia, Ucrânia, usaexport