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Avião-tanque KC-135 salva bombardeiro stealth B-2 com pouco combustível

Avião-tanque KC-135 e bombardeiro stealth B-2 durante treinamento na Europa em 2019

Uma missão diferente e inesperada marcou o dia 25 de outubro deste ano na Força Aérea dos EUA (USAF). Um avião-tanque KC-135 fez um reabastecimento em voo (REVO) de emergência para um bombardeiro stealth B-2, que estava com pouco combustível e precisava se manter voando. 

A tripulação do Boeing KC-135 de código-rádio Steel 51, da 171ª Ala de Reabastecimento, estava se preparando para decolar da Base Aérea de Tinker. Os aviadores, Major Dan Dynys, Capitão Bryant Laris e o Sargento Master Mike Worthington, foram buscar a aeronave após uma manutenção programada. 

Boeing KC-135 Stratotanker.
KC-135 Stratotanker.

Foi nesse momento que eles receberam um chamado de emergência de um bombardeiro furtivo B-2 Spirit, código Fury 72. A aeronave de US$ 2.2 bilhões tinha combustível suficiente para apenas 90 minutos de voo. A Base de Whiteman, onde os B-2 são sediados, teve sua pista inesperadamente fechada; o B-2 poderia alternar para um aeroporto, mas apenas um último caso: como a USAF explica, ao contrário de um avião civil, desviar um bombardeiro furtivo tecnologicamente avançado requer coordenação e tempo extensivos. O reabastecimento aéreo evitaria essa necessidade.

Momentos antes do Steel 51 ser acionado, o Fury 72 transmitiu a emergência ao Sargento Scott Nagel, operador de lança de REVO junto à 171ª Ala. Nagel explicou que é comum receber pedidos de REVO, mas são previamente coordenados. Ao questionar os tripulantes do B-2 sobre um agendamento, eles responderam: “Precisamos agora.” 

B-2 Spirit. Foto: USAF.
B-2 Spirit. Foto: USAF.

O Sargento então comunicou os oficiais de dia, que acionaram o Steel 51, único KC-135 disponível por perto. A aeronave, no entanto, só tinha combustível suficiente para decolar de Tinker até sua base em Pittsburgh. Ainda assim, os tripulantes do jato de 63 anos decidiram auxiliar o bombardeiro em perigo. 

“Assim que estávamos no ar, voamos o mais rápido que pudemos para tentar encontrar o receptor [B-2]”, disse o Capitão Laris. “Todos em nossa tripulação estavam trabalhando duro para agilizar o encontro com o receptor, coordenar um reabastecimento aéreo aleatório com o Controle de Tráfego Aéreo e chamar as bases da Força Aérea na área para coordenar um pouso alternativo, se fosse necessário.”

Cerca de 45 minutos após o acionamento inicial, as aeronaves começaram os procedimentos para a reunião e REVO. Mesmo com o tempo ruim, resultado de uma tempestade na região, o Sargento Worthington, operador de lança no Steel 51, conseguiu visualizar a silhueta negra do B-2. 

A aeronave de ataque com capacidade nuclear se aproximou do KC-135, recebendo cerca de 7.9 toneladas de combustível, o suficiente para se manter no ar até que a pista da base aérea de Whiteman fosse reaberta.

“No geral, tivemos muita sorte de poder ajudar”, disse Laris. “Todos os membros de nossa tripulação e a tripulação do Fury trabalharam rapidamente para superar uma missão de reabastecimento aéreo real, em tempo crítico, que se tornou muito desafiadora com clima adverso e tempo mínimo de planejamento disponível”.

B-2 Spirit Northrop Grumman Stealth EUA bombardeiro
B-2 Spirit durante um reabastecimento em voo. Foto: Master Sgt. Val Gempis – USAF.

Após o REVO de emergência, o KC-135 Steel 51 retornou à base de Tinker, onde já era esperado. A aeronave foi rapidamente abastecida e seguiu para Pittsburgh no mesmo dia, como previamente planejado.

Sobre o KC-135

Desenvolvido com base no Boeing 367-80 (Dash 80), o KC-135 Stratotanker nasceu da necessidade da USAF para um novo avião tanque, capaz de acompanhar os bombardeiros estratégicos B-52 Stratofortress. A aeronave acabou se tornando o principal reabastecedor dos EUA, título que detém até hoje.

OTAN Finlândia
Caças F/A-18C Hornet da Finlândia com um KC-135 Stratotanker da USAF. Foto: Força Aérea Finlandesa.

Ao longo dos anos o KC-135 recebeu uma série atualizações nos aviônicos, sistemas de missão e principalmente nos motores: dos primeiros turbojatos Pratt & Whitney J57-P-59, o avião-tanque recebeu os turbofans Pratt & Whitney TF33, que posteriormente deram lugar aos atuais CFM56. 

A aeronave pode carregar 90 toneladas de combustível transferível, 37 toneladas de carga ou 83 passageiros. Além dos Estados Unidos, o modelo também é usado na França, Chile e Turquia. O KC-135 está sendo substituído pelo KC-46 Pegasus, baseado no Boeing 767. 

Com informações da 171ª Ala de REVO, USAF.

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: B-2, KC-135, Revo, usaexport