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Biden tenta acelerar venda bilionária de caças F-16 para a Turquia

Caças F-16C/D Fighting Falcon da Turquia na Base Aérea de Knya durante um Exercício Anatolian Eagle. Foto: Força Aérea Turca.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está acelerando um acordo para a venda de novos caças F-16 Fighting Falcon e kits de modernização para a Turquia. A possível venda é uma mudança da postura dos EUA depois que os turcos aprovaram a adesão da Suécia à OTAN. 

Conforme reportado por uma série de canais de mídia, a venda dos F-16 para Ancara estaria condicionada à aprovação da Suécia como nova nação da aliança militar. A Turquia tenta adquirir os aviões desde 2021, mas tem encontrado empecilhos por conta da deterioração das relações com os EUA. 

Na última terça-feira (23) o parlamento turco ratificou a adesão da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte, solicitada ano passado como resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia. O último passo é a assinatura do presidente turco, Recep Erdogan. Mesmo assim, a reposta de Biden foi rápida: logo após a ‘luz verde’, ele entrou em contato com vários congressistas, democratas e republicanos, avisando que iria aprovar o negócio. 

Joe Biden e Recep Tayyip Erdogan. Foto via TRT.
Joe Biden e Recep Tayyip Erdogan. Foto via TRT.

As intenções do presidente estadunidense foram confirmadas pelo porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel. “O presidente Biden e o secretário [de Estado] Blinken deixaram muito claro nosso apoio à modernização da frota de F-16 da Turquia, que consideramos um investimento fundamental na interoperabilidade da OTAN.”

Mesmo com o movimento de Biden, a venda dos caças ainda deve ser autorizada pelo Congresso, algo enfatizado por Patel. “Simplesmente não vou confirmar ou me antecipar às propostas de vendas ou transferências de defesa até que sejam formalmente notificadas ao Congresso”, afirmou. Jeff Flake, embaixador dos EUA na Turquia, disse que uma notificação sobre a venda será enviada ao Congresso assim que Erdogan assinar a aprovação da Suécia à aliança. 

Leia mais: como o F-16 evoluiu 50 anos após seu primeiro voo

As relações entre Washington e Ancara tem passado por maus lençóis nos últimos anos. Em 2019 a Turquia foi expulsa do programa do caça de 5ª geração F-35 Lightning II, depois de ter adquirido mísseis antiaéreos S-400 da Rússia. O banimento foi um duro golpe contra o país, que investiu no desenvolvimento da aeronave furtiva e planejava comprar até 100 aviões. 

Membro da OTAN desde 1952, a Turquia também guarda rusgas centenárias com outro país da aliança, a Grécia, o que também tem gerado crises diplomáticas na região. Além disso, a aproximação com a Rússia e o Azerbaijão, bem como a postura na Guerra Civil da Síria, geraram severas críticas de legisladores dos EUA.

F-16  Block 50+ da Turquia. Foto: Aldo Bidini.
F-16 Block 50+ da Turquia. Foto: Aldo Bidini.

Esses e outros fatores fizeram com que a negociação dos F-16, que deveria ser mais rápida, se arrastasse. A Turquia chegou a sinalizar para a compra de caças Eurofighter Typhoon, embora isso também seja visto como uma forma de alavanca diplomática. 

Ancara, que hoje possui a terceira maior frota de caças F-16 no mundo, quer comprar 40 aviões novos de 80 kits de modernização para suas aeronaves, um negócio avaliado US$ 20 bilhões. Se aprovada, a compra vai reforçar a carteira de pedidos da Lockheed Martin, que hoje conta com 135 encomendas para o modelo. 

Em paralelo, a Turquia também busca mais independência industrial, realizando atualizações locais nos seus F-16 e investindo no seu próprio caça stealth, o KAAN e no desenvolvimento de armas inteligentes e drones de combate.

Com informações de The War Zone, Reuters

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: Estados Unidos, F-16, Turquia, usaexport