A Marinha dos Estados Unidos adquiriu mais um lote de 17 caças F/A-18 Super Hornet Block III, fabricados pela Boeing. A compra de US$ 1,3 bilhão ocorre enquanto a Boeing enfrenta a maior crise de sua história. 

Segundo o Comando de Sistemas Aeronavais (NAVAIR), o contrato assinado na terça-feira (19) inclui a entrega de um pacote de dados técnicos vitais para a sustentação da plataforma. Os novos F/A-18 estão sendo adquiridos para ajudar a mitigar a escassez de caças de ataque. Por outro lado, este acordo é, na verdade, o último lote de caças F/A-18 que a Marinha está adquirindo. A compra seria assinada no final de 2023, mas foi paralisada por conta do aumento dos custos das aeronaves.

“O Super Hornet continua sendo uma aeronave predominante na ala aérea dos porta-aviões”, disse o Contra-Almirante John Lemmon, Diretor Executivo de Programas de Aeronaves Táticas, destacando a importância contínua da aeronave. “O pacote de dados técnicos é uma parte crucial desta negociação; é necessário para a prontidão operacional da aviação naval e a sustentação pós-produção.”

Entrega deste novo e último lote deve começar no inverno de 2026, com entrega final o mais tardar na primavera de 2027, diz o NAVAIR. O novo contrato não apenas reforça a força de caças da Marinha, mas também mantém a linha de produção do Super Hornet funcionando. Este último detalhe é importante para a Boeing, que está em maus lençóis tanto na produção de aeronaves civis quanto no seu braço de defesa. 

A companhia tem enfrentado vários problemas de qualidade com o jato de passageiros 737 MAX. No setor militar, o avião-tanque KC-46 é o mais problemático. Ao mesmo tempo, a fabricante também recebeu multas na produção do novo avião presidencial dos Estados Unidos, o popular Força Aérea Um. 

Em serviço desde o início dos anos 2000, o F/A-18E/F Super Hornet é o principal avião de caça da Marinha de guerra dos EUA. Baseado no F/A-18 Hornet, o modelo substituiu o lendário F-14 Tomcat a partir de 2006, assumindo uma série de funções. 

Embora seja um dos principais aviões de combate dos Estados Unidos, o Super Hornet não obteve tanto sucesso quanto outros aviões daquele país, como F-35, F-16 e F-15, sendo exportado apenas para Austrália e Kuwait. Segundo o levantamento World Air Forces 2024, a Marinha norte-americana possui 412 Super Hornet em atividade, com mais 76 unidades encomendadas.