Advertisement

Caças Gripen enfrentam o F-35 em treinamento da OTAN

Em primeiro treinamento dentro da OTAN, caças JAS-39 Gripen da Suécia enfrentaram os F-35 stealth da Dinamarca em combate aéreo simulado. Foto: Força Aérea Sueca.

A Força Aérea Sueca está buscando se integrar ainda mais à OTAN depois do país aderir à aliança militar na semana passada. Entre os dias 11 e 13 deste mês, a Flygvapnet empregou seus JAS-39 Gripen em um treinamento de combate aéreo, enfrentando os F-35 Lightning II stealth dinamarqueses. 

A atividade, realizada sobre as águas de Estreito de Kattegat, marcou o primeiro exercício entre os dois países como parceiros pela OTAN. Segundo o Comando Aéreo Aliado, o treinamento demonstra “a estreita cooperação militar entre as forças aéreas dinamarquesas e suecas”, bem como os “esforços para integração e interação de diferentes gerações de aviões de combate nos países nórdicos.”

No exercício, dois Gripen do esquadrão F 17 da Ala Blekinge realizaram manobras de combate 1×1 e um voo coordenado com os F-35 da Ala de Caça de Skrydstrup, da Força Aérea Real Dinamarquesa (RDAF). Conforme a OTAN, a cooperação se baseia no interesse mútuo das duas nações do Øresund, fortalecendo o poder aéreo combinado através de suas experiências. 

Por serem caças de origem e gerações diferentes, é necessário garantir que as frotas de aviões de combate existentes e novas sejam capazes de cooperar e interagir no combate aéreo moderno. A integração entre os Gripens suecos e o F-35 dinamarqueses reforça o poder aéreo dos dois países.

Exercício de combate aéreo busca integrar caças JAS-39 e F-35A no espectro da OTAN. Foto: Comando Aéreo Aliado.
Exercício de combate aéreo busca integrar caças JAS-39 e F-35A no espectro da OTAN. Foto: Comando Aéreo Aliado.

O Tenente-Coronel Casper Børge Nielsen, chefe do Departamento de Voo de Combate do Comando Aéreo Dinamarquês, diz que o trabalho conjunto entre as duas plataformas melhora as capacidades operacionais combinadas, porque o F-35 é capaz de gerar e compartilhar um quadro situacional sem precedentes, do qual o Gripen também pode se beneficiar.

“O Gripen e o F-35 pertencem a duas gerações diferentes de aeronaves de combate e, portanto, possuem características distintas para poder contribuir no campo de batalha. Sendo uma aeronave de combate de 5ª geração, o F-35 tem uma habilidade especial de coletar e processar grandes quantidades de dados, que podem posteriormente partilhar com outros aliados.”

O Gripen, por sua vez, representa um caça avançado que traz mais poder de fogo ao combate. Assim, o esforço para integração dos aviões é benéfico para os caças de quinta e quarta geração e, numa perspectiva mais ampla, dá às forças terrestres e navais a oportunidade de operar de forma mais livre e eficiente.

“Sermos vizinhos e aliados próximos, utilizando as capacidades uns dos outros, não só proporciona um grande valor de formação para pilotos e pessoal, mas também é uma prova visível da ambição de sermos capazes de operar eficazmente em conjunto”, afirma o Comandante da RDAF, Major General Jan Dam.

Comandante do 172 Esquadrão de Caça da Força Aérea Sueca, o Tenente Coronel Erik Almquist, diz que esse tipo de exercício – também chamado de combate aéreo dissimilar – proporciona desafios diferentes do que normalmente é praticado entre as unidades de Gripen. 

Gripens suecos e caças F-35 da Dinamarca treinaram entre os dias 11 e 13 de março. Foto: Força Aérea Sueca.
Gripens suecos e caças F-35 da Dinamarca treinaram entre os dias 11 e 13 de março. Foto: Força Aérea Sueca.

“A cooperação com os pilotos dinamarqueses tem sido muito fácil e descomplicada. O maior desafio tem sido falar inglês ou dinamarquês/sueco ao telefone durante o briefing e o debriefing”, disse o oficial, acrescentando que, quando em voo, as comunicações por rádio são feitas em inglês. “Os exercícios desta semana foram o início de uma cooperação aprimorada onde a proximidade com as divisões de Skrydstrup e a simplicidade da cooperação proporcionam boas condições para desenvolvermos e fortalecermos a nossa capacidade de lutar juntos como uma ‘Força Aérea Nórdica’”, concluiu.

“Nós nos encontramos com nossos colegas suecos no espaço aéreo dinamarquês para realizar Manobras Básicas de Caça (BFM), também conhecidas como treinamento de combate aéreo 1 versus 1”, disse TRI, um dos pilotos dinamarqueses de F-35. O aviador afirma que a atividade cria requisitos e desafios diferentes ao treinar contra um adversário desconhecido.
 
“Na maioria das vezes voamos BFM contra nossos colegas pilotos de F-35. Os pilotos Gripen Suecos voam de forma diferente, então um combate aéreo 1 contra 1 contra eles é um desafio profissional. Podemos testar elementos de nossas próprias táticas que normalmente não fazemos. É incrível! E, claro, é ótimo enfrentar os suecos na Dinamarca”, concluiu TRI. 
 
O combate aéreo simulado entre Gripen e F-35 ocorreu cerca de seis meses depois da Dinamarca ter recebido os primeiros caças stealth em seu território. A atividade também aconteceu no mesmo em dia em que os JAS-39 suecos realizaram suas primeiras interceptações de aviões militares russos como país membro da OTAN. 

 

Quer receber nossas notícias em primeira mão? Clique Aqui e faça parte do nosso Grupo no Whatsapp ou Telegram.

 

Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: F-35, Gripen, OTAN