A Marinha Indiana (IN) começou na segunda-feira (06) os testes com jatos de combate a bordo de seu novo porta-aviões, o INS Vikrant (R11), o primeiro navio do tipo construído no país. Aeronaves de caça MiG-29K Fulcrum e o LCA Tejas naval pousaram na embarcação.
Com os pousos e decolagens, a IN começa uma série de testes para provar as capacidades do Vikrant de operar aviões. Nos últimos meses o navio também recebeu testes com helicópteros, antecipando as avaliações com os modelos de asas fixas.
O Tejas Naval já havia operado a partir do INS Vikramaditya, um porta-aviões mais antigo e adquirido da Rússia. No entanto, os testes de ontem marcam a primeira vez que um avião desenvolvido e fabricado na Índia conduz procedimentos completos em um porta-aviões também projetado e construído pelos indianos. “O pouso da LCA Naval a bordo do INS Vikrant demonstra a capacidade da Índia de projetar, desenvolver, construir e operar um porta-aviões nacional com aeronaves de caça nacionais”, disse a Marinha Indiana. A aeronave NP2 (segundo protótipo da versão naval do LCA) pousou e decolou do R11 sob os comandos do Comodoro Shivnath Dahiya.
Depois do jato indiano, foi a vez do MiG-29K Fulcrum-D tocar o deque do navio. Embora o Tejas Naval tenha operado no porta-aviões, a Índia não deve seguir adiante com o desenvolvimento desta variante, já que está investindo no projeto do Twin Engine Deck Based Fighter (TEDBF), um caça naval de 5ª geração. Dessa forma, os MiG-29 serão os primeiros aviões de combate operados, de fato, no Vikrant, possivelmente ao lado dos futuros Dassault Rafale M.
MiG-29K landings also on Vikrant today – this will be the primary aircraft deployed on the carrier until, presumably, the Rafale-M is acquired. pic.twitter.com/8AtqVS0vWu
— Vishnu Som (@VishnuNDTV) February 6, 2023
Além de avaliar seu novo porta-aviões, a Marinha também conduz o programa Multirole Carrier Borne Fighter (MRCBF), que busca um vetor interino entre o MiG-29 e o TEDBF, seu substituto definitivo. Quarenta e cinco MiG-29K/KUB foram adquiridos pelos indianos, mas o modelo russo tem apresentado problemas de confiabilidade e disponibilidade, especialmente com seus motores. Para o MRCBF, a Índia avaliou o Rafale e o F/A-18 Super Hornet, inicialmente definindo o modelo francês como vencedor. Agora, Nova Déli deve assinar um contrato para 20 a 30 novos caças.
O porta-aviões Vikrant teve seu casco lançado em 2013 e levado ao mar pela primeira vez em 2015. Sua construção foi concluída em 2021, mesmo ano em que foram iniciados os testes no mar. O nome Vikrant significa “corajoso” em sânscrito e é uma homenagem ao primeiro porta-aviões indiano, operado entre 1961 em 1997
Watch the maiden landing of MiG-29K onboard the #IndigenousAircraftCarrier#INSVikrant.#IndianNavy #CombatReady#AatmaNirbharBharat@DefenceMinIndia @SpokespersonMoD @IN_R11Vikrant @IN_WNC @IN_GNA @cslcochin https://t.co/k8MA0Etgjk pic.twitter.com/lU7YrFDxiI
— SpokespersonNavy (@indiannavy) February 7, 2023
O navio tem 45 mil toneladas de deslocamento e 262 metros, podendo transportar até 40 aeronaves, incluindo os caças Mikoyan MiG-29K Fulcrum-D e helicópteros Sikorsky MH-60R Seahawk e Kamov Ka-31 Helix. A tripulação é formada por 1645 militares. Assim como seu antecessor, o porta-aviões Vikrant utiliza o método STOBAR (Short Take-Off But Arrested Recovery), onde os aviões utilizam uma rampa para decolar, mas pousam com auxílio de cabos de aço.
Apesar de ser mais simples e barato que o CATOBAR, que usa catapultas, o STOBAR limita o peso das aeronaves que pode lançar. Além das aeronaves, o novo porta-aviões indiano conta dois lançadores de mísseis antiaéreos Barak 8, cada um com 35 mísseis; quatro sistemas de defesa de ponto AK-630 de 30 mm e quatro canhões navais Otobreda de 76 mm.
Enquanto testa o Vikrant, a Índia também está desenvolvendo um novo porta-aviões nacional, o IAC-2, que deverá ter deslocamento na casa das 65 mil toneladas, ao contrário das 45 mil toneladas do R11. O IAC-2 também será equipado com catapultas, permitindo o emprego de caças com sua carga útil total, bem como de aviões mais pesados. O novo porta-aviões deve ser completado na próxima década.
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