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Cerimônia marca incorporação do Submarino Riachuelo à defesa brasileira

Submarino Riachuelo Marinha

Um importante marco na história da Marinha do Brasil: a Força Naval recebeu o Riachuelo, o primeiro de uma nova classe de submarinos convencionais com propulsão diesel elétrica.

A cerimônia foi realizada nesta sexta-feira (02/09), na Base de Submarinos da Ilha da Madeira (BSIM), em Itaguaí, no Rio de Janeiro. A embarcação representa um avanço para a Defesa Nacional ao ampliar os meios disponíveis para combate.

O Ministro da Defesa prestigiou o evento, acompanhado do Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, e do Comandante da Marinha. Na ocasião, também foi realizada a Mostra de Armamento *do projeto estratégico*, que consiste na inspeção do submarino, para verificar as exigências e cláusulas contratuais.

Submarino Riachuelo Marinha
Foto: Marinha do Brasil/Divulgação

Nesse caso, “Armamento” nada tem a ver com armas, mas sim com armação, ou seja, com todo o material necessário ao uso da embarcação. Após essa inspeção, o submarino está pronto para entrar, efetivamente, em operação.

O “Riachuelo” é o primeiro da classe dos quatro submarinos convencionais com propulsão diesel-elétrica, que permitirão maior poder de dissuasão nos 5,7 milhões de km² da Amazônia Azul, cuja riqueza das águas, do leito e do subsolo marinho são importantes para o desenvolvimento econômico, científico e ambiental.

É nessa área marítima que os brasileiros desenvolvem atividades pesqueiras, por onde trafegam 95% do comércio exterior brasileiro e exploram recursos biológicos e minerais. 

 

Submarinos Classe “Riachuelo”

Devido às diversas tecnologias e inovações, os submarinos Classe “Riachuelo” (S-BR) são mais versáteis que os submarinos Classe “Tupi” (“Tupi”, “Tamoio”, “Timbira” e “Tapajó”) e são considerados operativamente superiores a diversos submarinos disponíveis atualmente no mundo. 

Eles contam com sensores avançados – como o conjunto de sonares e os periscópios com câmeras para visão noturna -, além de um sistema de gerenciamento de combate dotado de modernos e complexos algoritmos, que permitem ao submarino detectar e classificar alvos a longas distâncias.

Submarino Riachuelo Marinha
Foto: Marinha do Brasil/Divulgação

Os S-BR contam, também, com maior autonomia que seu ascendente da Classe “Scorpène”, devido a uma alteração no projeto que incluiu uma seção intermediária para aumento das acomodações e dos tanques de água. 

Por meio de um processo de transferência de tecnologia, a construção dos S-BR está sendo realizada por mão de obra brasileira (engenheiros e técnicos) contando com a assistência técnica de franceses da empresa Naval Group.

O Programa de Nacionalização já qualificou cerca de quarenta empresas brasileiras para a fabricação de componentes do submarino, em mais de cem projetos, sendo os principais deles: a fabricação das válvulas de água salgada pela empresa Micromazza, a fabricação das baterias pela empresa NewPower e a fabricação do Mancal de Escora pela empresa Miba.

Para a construção dos submarinos brasileiros convencionais e, no futuro, do Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear “Álvaro Alberto”, foi construído em Itaguaí um complexo naval que possui diversas instalações, equipamentos e sistemas especializados.

Hoje, ele é um dos mais modernos estaleiros de construção naval existentes, já que a construção de submarinos exige mão de obra altamente qualificada e um parque industrial equipado, de modo a possibilitar a execução das diversas atividades de fabricação, comissionamento e testes. Tudo isso exige a integração de tecnologias sofisticadas, seguindo rigorosas normas e padrões de qualidade e segurança.

“O Programa Nuclear da Marinha é a espinha dorsal do Programa Nuclear brasileiro. Nós produzimos pastilhas de urânio para que as Indústrias Nucleares do Brasil possam manter Angra 1 e Angra 2 funcionando, por exemplo. O programa permite que haja um aproveitamento dual dessa tecnologia nuclear. Além da militar, as áreas de fármacos e alimentos também podem utilizar essa tecnologia, proporcionando um desenvolvimento tecnológico, científico e médico para o Brasil”, complementou o Comandante da Marinha, após a cerimônia.

 

Capacitação da primeira tripulação

Os treinamentos da primeira tripulação duraram cerca de dois anos e quatro meses e foram divididos em três etapas: preliminar, em terra e a bordo. Na capacitação preliminar, a tripulação foi submetida a exames teóricos e entrevistas individuais. Também foi elaborado um Plano de Capacitação Preliminar, executado pelo Centro de Instrução e Adestramento Almirante Áttila Monteiro Aché.

As fases de capacitação em terra e a bordo foram realizadas por instrutores da Défense Conseil International, que é uma empresa parceira do Ministério da Defesa francês, responsável pela transferência internacional do seu know-how militar para as Forças Armadas dos países amigos.

“Nos qualificamos nos diversos sistemas do submarino e realizamos exercícios, com propósito de tornar a tripulação autônoma na condução segura do meio. No mar, foram feitos treinamentos voltados para a condução do ‘Riachuelo’ e controle de avarias, de modo que todos tivessem a capacidade de exercer suas funções com segurança e destreza”, reforça o Comandante do S40.

Foto: 3ºSG-ET Cássio

“Lançado ao mar pela primeira vez em dezembro de 2018 e tendo executado sua imersão estática em novembro de 2019, o Submarino ‘Riachuelo’ foi submetido, desde então, a um extenso programa de testes de aceitação no mar, na superfície e em imersão, para que hoje pudesse ganhar sua alma – uma tripulação experiente, aprestada e motivada que também se preparou diligentemente para recebê-lo e para garantir o cumprimento de sua missão”, destacou o Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante de Esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire.

Após a Mostra de Armamento, o Submarino “Riachuelo” será submetido à Comissão de Inspeção e Assessoria de Adestramento, que lhe garantirá a capacidade plena de emprego. Em seguida, cumprirá Avaliação Operacional, processo importante para o estabelecimento de parâmetros de operação, que servirão de base para todas as unidades da classe, previstas no escopo do PROSUB.

A população poderá ver o novo meio naval durante a Parada Naval e Aeronaval, que ocorrerá na orla do Rio de Janeiro (RJ), no dia 7 de setembro. Durante o evento, três aeronaves e 20 navios da MB e de outros países convidados para as comemorações do Bicentenário da Independência percorrerão a orla, a partir das 9h30, com início na praia do Recreio e término no Forte de Copacabana.

 

Características básicas do Submarino Riachuelo

O Submarino “Riachuelo” possui um comprimento total de 70,62 metros, diâmetro de casco de 6,2 metros, deslocamento na superfície de 1.740 toneladas e deslocamento em imersão de 1.900 toneladas.

Seu sistema de combate é dotado de seis tubos lançadores de armas, com capacidade para lançamento de torpedos eletroacústicos pesados, mísseis táticos do tipo submarino-superfície e minas de fundo. 

O “Riachuelo” será o sétimo navio da Marinha a receber este nome, em homenagem à Batalha Naval do Riachuelo, ocorrida em 11 de junho de 1865, durante a Guerra da Tríplice Aliança. Além do Submarino “Riachuelo”, a MB possui os Submarinos “Tupi”, “Tamoio”, “Timbira” e “Tapajó”, da Classe “Tupi”, e o Submarino “Tikuna”, da Classe de mesmo nome.

Arte: SO-ET Fábio

 

Via: Marinha do Brasil

 

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