Um novo relatório da China Aerospace Studies Institute (CASI) indicou que a Força Aérea do Exército Popular da China (PLAAF) realizou grandes melhorias no treinamento dos seus pilotos de caça. Tais melhorias aplicam-se tanto na maneira como os treinamentos são feitos como nas aeronaves de instrução empregadas.
Derek Solen, analista do CASI que conduziu o trabalho, também mostra no relatório os antigos problemas que a PLAAF tinha com a formação dos pilotos no início da década.
Os instrutores tinham pouca ou quase nenhuma experiência operacional como pilotos de caça, e focavam o treinamento muito mais na segurança e na navegação da aeronave, deixando de lado o realismo e a iniciativa da instrução.
O relatório também destaca que a China estava demorando 10 anos para formar um novo piloto de caça.
Outro problema é que os voos quase não eram realizados sob condições meteorológicas adversas, somente em dias limpos e claros. Em instruções de voo noturno, as bases aéreas eram totalmente iluminadas para facilitar a localização da mesma pelo instruendo.
Esses fatores novamente diminuem muito o realismo da instrução, desaproximando da realidade o treinamento dos pilotos de caça PLAAF.
Além disso, o uso de aeronaves mais antigas como o JL-8 e JJ-7 (este último baseado no J-7, cópia chinesa do MiG-21F-13) também reduzia a eficiência dos pilotos que estão treinando para voar caças de quarta geração como o Chengdu J-10, Shenyang J-11 e quinta geração como o Chengdu J-20.
“Ao contrário do JL-8, o JJ-7 é supersônico, mas seus instrumentos de voo analógicos, seus controles de voo mecânicos e, supostamente, seu curto alcance e baixa controlabilidade, o tornaram inadequado para o treinamento de pilotos que operariam aeronaves em a crescente frota de caças de quarta geração da PLAAF”, diz o relatório.
Todavia, a PLAAF reconheceu os erros e realizou diversas melhorias na formação dos pilotos de caça. Começando pela introdução do jato de treinamento supersônico Hongdu JL-10, cujo design é bastante similar ao Yakovlev Yak-130 Mitten russo.
A nova aeronave é equipada com fly-by-wire, o que aproxima os cadetes ainda mais dos caças de quarta e quinta geração que eles usarão.
Agora, a instrução conta com voos a baixa altura com três aeronaves a fim de instruir os pilotos como se evadir de radares usando o solo como cobertura na ida e no retorno de um ataque.
A prática dos voos de combate de ar-ar também aumentou bastante assim como a iniciativa dos alunos também cresceu.
“As academias não oferecem mais marcadores de solo direcionando os alunos, eles conduzem surtidas em formações de três aeronaves, praticando evitar o radar inimigo voando de e para a área de treinamento a 323 pés (98,4 metros) acima do solo”
O relatório é concluído explicando que apesar da PLAAF já ter feito uma série de melhorias no seu programa de instrução, os resultados e efeitos das mudanças só poderão ser vistos no futuro, sem dar nenhuma previsão para isso.
Via Flightglobal
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