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Com chegada de Pelosi, China entra na zona de identificação de Taiwan com 21 aviões

Shenyang J-16 China Flares

As tensões na Ásia chegaram a um ponto alto nesta terça-feira (02) com a chegada de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, em Taiwan. A visita de uma das líderes mais poderosas em Washington é vista por Pequim como uma enorme provocação, sendo gatilho para manobras militares como a entrada de 21 aviões na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ na sigla inglesa) de Taiwan. 

A bordo de um Boeing C-40C Clipper, um 737 BBJ militar, Pelosi pousou em Taipei por volta das 23h00 (horário local), em meio a um clima de sérias ameaças vindas da China. Sirenes de ataque aéreo foram tocadas na China, enquanto caças e defesas aéreas foram acionados na ilha. 

 

Internautas e jornalistas reportaram que aviões chineses estavam indo em direção a Taiwan, enquanto tanques anfíbios se posicionavam em uma praia da província de Fujian, marcando mais um exercício militar da China. 

Veja mais: Taiwan arma caças F-16 em hangar subterrâneo durante treinamento contra a China

Por volta das 14h00 de Brasília (03h00 em Taiwan), o Ministério da Defesa Taiwanês informou que 21 aviões chineses entraram na ADIZ pelo sudoeste. O grupo foi composto por dez jatos Shenyang J-16, oito Shenyang J-11, um avião-radar KJ-500, um Y-9 de guerra eletrônica e um Y-8 de inteligência (espionagem) eletrônica.

Durante a chegada de Pelosi, a mídia chinesa chegou a afirmar que caças Sukhoi Su-35 estavam voando em direção à ilha, o que mais tarde foi desmentido pela Defesa de Taiwan, apontando que os rumores eram fake news.

“Enquanto isso, pedimos aos internautas que não divulguem [o rumor] e condenamos veementemente esse ato malicioso”, disse o Ministério. 

A presença de aviões chineses na ADIZ de Taiwan é constante. No entanto, 21 aeronaves é um pico de movimento e representa um claro recado do descontentamento da China com a presença de Pelosi na ilha. Entre os dias 26/07 e 01/08, o número de aviões na ADIZ não passou de quatro por dia. 

Taiwan é vista pela China como um território rebelde que deve ser reanexado através de sua política de China Única. Toda e qualquer demonstração de independência por parte de Taiwan é combatida pelo vizinho com demonstrações militares no Estreito de Taiwan. As ameaças de uma invasão à ilha são constantes.

J-10 China
Caças chineses J-10 Vigorous Dragon. Foto: China Military

Com a chegada da presidente Tsai Ing-wen em 2016, uma forte apoiadora da independência do país, as relações com Pequim pioraram. Ing vê a ilha como um território soberano e reforça a “luta” de seu país pela democracia, comparando a posição de Taiwan com a da Ucrânia, que desde fevereiro trava uma guerra contra a Rússia. 

Marinha dos EUA na região

Toda a visita de Pelosi e sua delegação na Ásia esquentou as águas da região. A Marinha dos EUA tem dois navios de desembarque anfíbio perto de Taiwan, o USS Tripoli e o USS America, ambos com caças stealth F-35B. 

Além disso, o grupo de batalha do porta-aviões nuclear USS Ronald Reagan navega mais ao sul pelo Mar da China Meridional, com dezenas de caças F/A-18E/F Super Hornet, helicópteros, aviões-radar e de guerra eletrônica.

US navy EUA F-35B
Caça F-35B decolando do USS Tripoli. Foto: US Navy.

O Comando da Marinha dos EUA diz que, “embora eles sejam capazes de responder a qualquer eventualidade”, a presença dos navios perto de Taiwan se trata de navegações rotineiras. Além das embarcações, os EUA mantém uma forte presença militar no Japão e Coreia do Sul, com esquadrões de caça e milhares de tropas instaladas nos dois países. 

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: China, EUA, Taiwan, usaexport